Em meio a corte de gastos, Temer sinaliza verba ao Carnaval do Rio
Após reunião com dirigentes de escolas de samba, presidente pede a dois ministérios que compensem corte de R$ 13 milhões anunciado pela prefeitura carioca
No mesmo momento em que anuncia medidas para sanear as contas públicas, como cortes no Orçamento, lançamento de Programa de Demissão Voluntária para servidores públicos e aumento de tributos sobre combustíveis, o presidente Michel Temer (PMDB) sinalizou nesta terça-feira que pode ajudar as escolas de samba do Rio de Janeiro a realizarem o Carnaval de 2018.
A medida seria uma forma de compensar o corte de R$ 13 milhões para a festa anunciado pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB) – a ajuda do governo federal deverá ser do mesmo valor. “O Carnaval faz parte da cultura e do turismo brasileiro. Ainda há pouco, recebi presidentes das escolas de samba que estarão contigo hoje. Ajude-os”, afirmou se dirigindo ao ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante cerimônia de posse.
O presidente da Estação Primeira de Mangueira, Francisco Carvalho, conhecido como Chiquinho da Mangueira, disse que Temer “garantiu que vai buscar um caminho para ajudar a festa”. “Viemos pedir ao presidente que ele completasse esse corte que foi feito e ele garantiu que o governo federal vai ajudar através dos ministérios da Cultura e do Turismo”, disse.
De acordo com o carnavalesco Milton Cunha, os dirigentes e integrantes das escolas de samba do Rio terão reuniões ainda nesta tarde nos ministérios da Cultura e do Turismo para discutir o assunto. “Imagine o Rio de Janeiro sem Carnaval. A cidade perde seu espírito”, disse.
Já empossado, o ministro da Cultura disse que é preciso avaliar as possibilidades para anunciar qualquer medida. “Vamos analisar com cuidado a situação e ver de que maneira podemos ajudar. O governo brasileiro e o Ministério da Cultura reconhecem a importância do Carnaval do Rio de Janeiro e vão fazer o que for possível para que aconteça em 2018 com ainda mais força”, disse Sá Leitão, que lembrou que a festa carioca tem grande impacto econômico e gera retorno financeiro para a sociedade e o governo.
O deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), que participou da reunião de Temer com as escolas de samba, afirmou que o presidente prometeu R$ 13 milhões para o evento. “Ele garantiu esses recursos”, afirmou. Segundo ele, o montante será conseguido via “patrocínio ou via apoio direto do orçamento do governo federal”.
O deputado disse que Temer determinou que Sá Leitão e o ministro do Turismo, Marx Beltrão, façam “a engenharia necessária” para garantir a promessa feita aos sambistas. “O presidente falou que podemos voltar e anunciar o Carnaval do Rio com os mesmos recursos dos outros anos'”, afirmou o deputado carioca.
Participaram da reunião dirigentes da Beija-Flor, Mangueira, Portela, Unidos da Tijuca, Grande Rio, Salgueiro e Mocidade Independente de Padre Miguel e da Liesa (Liga das Escolas de Samba do Rio).