Os três americanos da missão espacial Apollo 13, lançada em abril de 1970, foram ao espaço como astronautas e voltaram para a Terra como heróis. O plano de Jack Swigert (1931-1982), Fred Haise e Jim Lovell era pousar na Lua — a terceira vez de uma trupe dos Estados Unidos. Contudo, a explosão dos tanques de oxigênio do módulo de comando e serviço, o Odyssey, abortou a operação, a 320 000 quilômetros de distância de nosso planeta azul. “Houston, tivemos um problema”, disse Swigert aos engenheiros da Nasa. O dramático retorno seria acompanhado por milhões de pessoas, em todo o mundo, pela televisão, e depois transformado em filme de sucesso. Tom Hanks interpretou Lovell, o calmo e objetivo líder responsável pela volta.
Seis dias depois da decolagem, em cápsulas penduradas por paraquedas, o trio desceu a 1 000 quilômetros da Samoa Americana, no Oceano Pacífico. Viraram mitos, especialmente Lovell, personagem também da aventura da Apollo 8, de 1968, que anteciparia o pisar de Neil Armstrong. Foi ele quem, naquele 24 de dezembro, encerrou as transmissões lendo um trecho do Gênesis: “E Deus chamou à luz dia, e às trevas chamou noite”. Lovell morreu em 7 de agosto, aos 97 anos.
A ciência como política
Foi uma linda parceria. Os estudantes de medicina Victor Nussenzweig e Ruth Sonntag se conheceram na USP, no final dos anos 1940. Ele — e ela também, embora com alguma parcimônia — militava no Partido Comunista Brasileiro. Não demorou para que a namorada, ante o dilema do que fazer da vida, dissesse uma frase que os acompanharia pelo resto da vida: “Uma carreira científica pode transformar mais vidas que discursos”.
E assim seria. Estudaram na França, voltaram ao Brasil e, perseguidos pela ditadura militar, depois do golpe em 1964, acabaram por se asilar nos Estados Unidos. Victor como imunologista e Ruth como parasitologista, o casal desenvolveu estudos em torno do Plasmodium, o protozoário transmitido pelos mosquitos do gênero Anopheles, causadores da malária. O trabalho da dupla é celebrado globalmente pelos avanços na pesquisa de uma vacina, que ainda não chegou a total eficácia. Ruth morreu em 2018, aos 89 anos. Victor, em 11 de agosto, aos 97 anos.
Publicado em VEJA de 15 de agosto de 2025, edição nº 2957
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