Comércio fecha após expulsão de venezuelanos de Roraima
Os avisos estão sendo transmitidos por grupos de WhatsApp
Novos desdobramentos em decorrência dos confrontos entre brasileiros e venezuelanos na cidade de Pacaraima, em Roraima. Após a expulsão de refugiados do município neste sábado (18), comerciantes da cidade venezuelana de Santa Helena de Uairén, a primeira após o cruzamento da fronteira, decidiram fechar as portas por tempo indeterminado de todo o comércio local.
Os avisos estão sendo transmitidos por grupos de WhatsApp. “Temos uma situação que está fora de controle. São mais de 3 000 pessoas má intencionadas vindo para o centro da cidade. Precisamos que todos os comércios sejam fechados, para que eles comecem a ir para outros lugares”, diz um dos comerciantes em um áudio compartilhado em grupo de mensagens.
Os moradores e empresários locais estão com medo de saques e outros ataques. Eles estimam que 3 000 venezuelanos tenham retornado ao país nas últimas horas. A cidade de Santa Helena fica a 15 quilômetros de Pacaraima.
Conflito
A revolta deste sábado começou em decorrência do assalto a um dos moradores de Pacaraima, o comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, que teve a casa invadida e foi espancado durante um assalto que teria sido praticado por quatro venezuelanos. Atingido na cabeça, o homem foi levado para uma hospital da capital, Boa Vista, por causa dos ferimentos.
Os governos estadual e federal estão reforçando os hospitais, caso haja necessidade de atendimento, e mais policiais do estado e de tropas federais foram convocados para reforçar a segurança. Em Pacaraima, o Exército está reforçando a segurança do perímetro do acampamento legalizado para evitar invasões ou ameaças. O governo federal quer evitar novos confrontos e o por isso, o patrulhamento na cidade foi aumentado.
A Polícia Federal deportou os venezuelanos que estavam em situação irregular. O governo quer evitar novos confrontos e o patrulhamento na cidade foi aumentado.
De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, “a situação está tensa, mas se estabilizou e está sob controle”. Ele informou que requisitou um avião da Força Aérea para transportar uma equipe de reserva da Força Nacional, de Brasília, para reforçar a segurança local se houver necessidade. O presidente Michel Temer está sendo informado e as autoridades federais estão monitorando e acompanhando o desenrolar dos acontecimentos no local.