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Crimes do PCC, Faria Lima, elos e protagonistas

PCC lavou bilhões com metanol adulterado, fintechs “paralelas” e 40 fundos na Faria Lima, comprou usinas, fazendas, mansão e caminhões.

Por ricardo.junior Atualizado em 24 set 2025, 11h25 - Publicado em 3 set 2025, 13h33

A Operação Carbono Oculto, orquestrada por Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público de São Paulo e Gaeco, escancarou um esquema de lavagem e fraude que girou entre R$ 52 e R$ 30 bilhões entre 2020 e 2024. A facção importava metanol ilegalmente e o misturava à gasolina — combustível adulterado que abasteceu parte do país — enquanto a cadeia de lavagem se estendia a fintechs “bancos paralelos” e fundos na Faria Lima que blindavam o patrimônio do PCC.

– No epicentro desse caos estava Mohamad Hussein Mourad , apelidado de “Primo” ou “João” — o cérebro que ligava formuladoras, distribuidores e fundos em SP e outros estados.

– Seu comparsa e operador: Roberto Augusto Leme da Silva (“Beto Louco”), que co-pilotava o ecossistema fraudulento nas empresas Aster e Copape.

Marcelo Dias de Moraes, presidente da fintech Bankrow, também figura central como elo financeiro.

Camila Cristina de Moura Silva (Caron), diretora financeira da fintech BK, usada como “banco paralelo” para lavar centenas de milhões.

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Valdemar de Bortoli Júnior , com ligações com as distribuidoras Rede Sol Fuel e Duvale , responsáveis ​​por parte da logística.

José Carlos Gonçalves (“Alemão”), com vínculos diretos ao Primeiro Comando da Capital.

Lucas Tomé Assunção, contador da GGX Global Participações, dona de 103 postos, e da Usina Sucroalcooleira Itajobi.

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Marcello Ognibene da Costa Batista, contador suspeito de diversas fraudes societárias que facilitaram o encobrimento.

Além dos personagens, a engrenagem teve empresas e fundos — imensos, multicamadas, quase invisíveis:

  • Fintechs e instituições financeiras: Bankrow, BK, Reag Investimentos, Genial, Trustee, Altinvest, Banvox, BFL, Monetar, Finaxis, Positiva e outras.
  • Fundos de investimento usados como caixas-fortes da lavagem: dezenas de multimercado e imobiliários, entre eles Location, Brazil Special Opportunities, Olimpia, Minnesota FII, Pinheiros FII, Los Angeles 01 FII, Reag High Yield, entre tantos que fritaram a transparência.
  • Redes de distribuição e postos: Aster Petróleo, Copape, Safra Distribuidora, Duvale, Arka Distribuidora, GGX Global, além de distribuidoras menores e empresas de fachada nas trilhas do esquema.
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Armações financeiras aninhadas em postos adulterados, distribuidores, usinas, padarias e fundos que disfarçavam o suor sujo do crime.

Detalhes e ramificações

  • O PCC usava cerca de 1.000 postos de combustíveis, espalhados por oito estados, para movimentar R$ 52 bilhões em quatro anos — muitos deles declaravam movimentações fiscais ridículas.
  • Uma fintech atuava como um “banco paralelo” e sozinho lavou R$ 46 bilhões. Houve depósitos em espécie expressivos — fenômeno incomum em bancos digitais, especialmente em contas com origem duvidosa.
  • Como pagamento da guinada ilícita: metanol ilegal importado via Porto de Paranaguá era vendido para posterior adulteração nos postos — uma combinação tóxica de fraude e perigo ambiental/técnico.
  • Dos recursos lavados, a quadrilha investiu em estruturas físicas: 1.600 caminhões, 4 usinas de álcool, um terminal portuário, mais de 100 imóveis, 6 fazendas em SP, mansão de R$ 13 milhões em Trancoso (BA).
  • O volume de sonegação fiscal calculado chega a R$ 7,6 bilhões — e os promotores abriram ações para bloquear mais de R$ 1 bilhão em bens.
  • São ao menos três operações simultâneas entre MP-SP, PF e Receita: Carbono Oculto, Quasar e Tank — revelando uma atuação institucional sem precedentes.

Essa história parece uma ficção distópica — mas é sólida, detalhada, dissecada por órgãos públicos. O PCC usou Faria Lima como bunker financeiro, e SP como ringue de um crime tão calculado quanto frio.

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