Carioca vira herói em Dublin
Depois de salvar uma criança de um ataque na frente da escola, o botafoguense foi condecorado pelo primeiro-ministro do país
Pai de dois filhos, o carioca Caio Castro Menezes Benicio, 43 anos, não imaginou que teria seus 15 minutos de fama internacional,na Irlanda, país que escolheu para construir uma nova vida com a família. Como acontece com os estrangeiros – ainda mais aqueles já entrados nos anos -, ele se contentou com trabalho menor que a sua capacidade e experiência anterior. Ex-dono de um bar, que pegou fogo, em Niterói, atualmente, mora em Dublin e trabalha de motoboy. Mas quis o destino que a sorte mudasse: o botafoguense recebeu a condecoração de herói do primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, depois de ter um rompante de coragem.
Tudo mudou muito rápido. Entre uma entrega e outra, ele salvou a vida de uma menina na frente da escola. Era hora do almoço, Menezes passava com sua moto na frente de uma escola e viu uma briga. Ele parou a moto assim que percebeu que na realidade tratava-se de uma criança em perigo. Um homem empunhava uma faca próximo à cabeça da criança, enquanto uma mulher tentava puxá-la para impedir a agressão. “Vi um homem tentando puxá-la e uma mulher puxando a menina também”, disse o Menezes, em uma entrevista a TV local, postada no YouTube. O motoboy não pensou duas vezes e partiu para cima do agressor. “Bati forte com o capacete na cabeça dele”, contou. O agressor caiu no chão. Com a ajuda de um estudante francês de hotelaria, Menezes o imobilizou.
Mesmo assim, três crianças e dois adultos já haviam sido feridos pelo agressor. Uma delas, de 5 anos, foi internada em estado grave. Os irlandeses ficaram agradecidos e deixaram de encará-lo como um imigrante, ou seja, um intruso no país. “As pessoas estão vindo me cumprimentar na rua, com olhar de gratidão”, contou. “Eu não sou herói, mas sou pai de dois filhos” Os irlandeses foram além no reconhecimento. Abriram uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro para o herói da vez. A cereja do bolo veio do próprio primeiro-ministro que pediu desculpas pelo jeito que os estrangeiros são tratados no país. Ele se referia a xenofobia reinante no mundo. Quem sabe esse seja o primeiro passo para um novo momento global.