Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Caio Ribeiro: linfoma foi “pancada na boca do estômago”

Comentarista da Globo de 46 anos afirma que 'o pior já passou': 'A doença faz refletir'

Por Camila Nascimento Atualizado em 4 jun 2024, 12h39 - Publicado em 1 out 2021, 06h00

O comentarista esportivo da Globo, Caio Ribeiro, de 46 anos, anunciou em suas redes sociais no domingo, 3, que está curado do linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer contra o qual lutava desde setembro, e agradeceu o apoio que recebeu durante esse período. O ex-jogador, que havia passado por várias sessões de quimioterapia, fará ainda uma radioterapia.

“Pessoal, eu não via a hora de gravar esse vídeo para dizer que acabou. Sexta-feira, eu fiz o exame, fiz o PET Scan, que é um tipo de ressonância, para ver como estava a resposta ao medicamento, à quimioterapia, e não existe mais nenhum linfoma no meu corpo, zerado, não existe mais nenhum risco de o câncer continuar. Sucesso absoluto do tratamento”, comemorou. “Acho que foi sim o maior jogo da minha vida e a gente venceu. Juntos”, escreveu no post.

Na edição desta semana, VEJA traz um depoimento do comentarista sobre o tratamento e a forma como ele e a família encararam a doença. “A primeira coisa que você pensa é nos filhos, que não quer morrer, porque tem muito a viver com eles”, disse.

Leia o depoimento abaixo:

CAIO RIBEIRO -
CAIO RIBEIRO – (Lailson Santos/.)
Continua após a publicidade

Quando você recebe um diagnóstico de linfoma de Hodgkin, não é uma coisa fácil. Jamais imaginei que isso poderia acontecer. Sempre fiz muita atividade física. Então, é uma pancada na boca do estômago, principalmente porque a falta de conhecimento traz insegurança. A primeira coisa que você pensa é nos filhos, que não quer morrer, porque tem muito a viver com eles. Num primeiro momento só contei ao meu pai e à minha esposa, Renata. Ela chorou. Meu pai é médico, lida melhor com isso, foi forte. Para a minha mãe só contei depois, sabia que ela iria se emocionar mais. Ela saiu correndo, não quis chorar na minha frente.

Eu tinha muita preocupação com os meus filhos — o João, de 10 anos, e a Valentina, de 6. Perguntei ao médico se alguém perceberia se eu não contasse. Ele citou o risco de queda de cabelo, mas que talvez eu pudesse passar pelo tratamento sem dizer a ninguém. Decidi não contar. Não gosto de dar notícias ruins, sou de passar mensagens positivas. Além da minha família, só os meus sócios sabiam, porque estavam ao meu lado quando recebi a informação. Assim foi até que o cabelo começou a cair e tive de passar a me maquiar para esconder as falhas. Aí achei que era hora de informar à Globo. Eles foram nota 1 milhão, deixaram aberto se eu queria ou não fazer um comunicado. Decidi fazer um vídeo o mais tranquilo e transparente possível. Disse ao meu filho que estava tomando um remédio, que a consequência era a queda de cabelo e que eu iria raspar a cabeça. Ele só perguntou se eu teria coragem. Fiz a mesma coisa com a minha filha, mas ela pirou, queria raspar na hora. Eu e meu filho somos muito grudados, jogávamos bola, futmesa, todo dia. A minha esposa assumiu um pouco isso, é uma supercompanheira, está segurando a bronca.

O hospital me informou que tinha uma notícia boa e outra ótima. A boa era que o linfoma de Hodgkin é o mais tratável. E a mais maravilhosa era que estava no começo e só no pescoço. O médico disse que eu precisaria manter a cabeça boa. Então, preparei-me para enfrentar tudo da melhor maneira possível. Tenho uma grande vantagem, que é ser ex-atleta. Você aprende a lidar com frustrações e a conhecer seu corpo. Tenho três cirurgias no joelho, uma operação no nariz… Sempre confiei muito nos médicos. Quando saía qualquer diagnóstico, perguntava o que tinha de fazer. E dizia: “Então vamos começar logo”. Agora, precisei lidar com o mal-estar, a perda de sono e dores. Sempre trabalhei no limiar da dor, faz parte da vida do jogador. Fiz a última quimioterapia na terça 21. Tenho de esperar dez dias para ver se o câncer sumiu.

Continua após a publicidade

Nunca imaginei receber tanto carinho, tantas mensagens, tanta gente me colocando em suas orações. As pessoas dizem que também foram diagnosticadas e que o meu vídeo deu força para lidarem com isso. Muitos disseram que começaram a fazer exame de prevenção. Foram mais de 20 000 mensagens, 990 só no WhatsApp. Recebi apoio dos times, das federações, dos jogadores. O Tiago Leifert, que é um irmão, falou: “Cara, você descobriu no início, vai dar tudo certo”. Uns ficaram mudos. Outros ligaram e começaram a chorar. É engraçado, porque acabo tendo de tranquilizá-los: “Pare de chorar, estou ótimo”. Continuar trabalhando foi uma forma de me distrair. Quando me concentro para fazer um programa, um jogo, minha cabeça esquece tudo. A doença faz refletir, ajuda a perceber a importância de equilibrar família, amigos e profissão. Talvez eu tenha ficado mais católico, passei a rezar mais. Quando tudo acabar, quero ir até Aparecida. Não fiz promessas, mas agradecer nunca é demais. O pior já passou. Disso tudo sai um Caio mais forte e agradecido. Sempre fui um cara otimista e estou sendo otimista. Acredito que vou ficar bom.

Caio Ribeiro em depoimento dado a Camila Nascimento

Publicado em VEJA de 6 de outubro de 2021, edição nº 2758

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.