Brasil registrou mais de 11 mil partos fruto de violência sexual contra meninas
Levantamento analisou dados entre 2020 e 2022

Uma pesquisa do Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com apoio da organização Umane, revelou dados alarmantes sobre a violência sexual e saúde reprodutiva de meninas com menos de 14 anos. Analisando mais de 1 milhão de partos registrados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) entre 2020 e 2022, constatou-se que 11.607 deles foram resultantes de estupro de vulnerável.
As disparidades regionais destacam a gravidade da situação: no Norte, quase metade das meninas com menos de 14 anos só começou o pré-natal após três meses de gestação, enquanto no Sudeste essa taxa foi de 33%. Entre indígenas, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, 49% enfrentaram atrasos no atendimento pré-natal, comparado a 34% entre meninas brancas. Outros fatores, como baixa escolaridade, também influenciam: adolescentes com menos de quatro anos de educação formal têm maior probabilidade de iniciar o pré-natal tardiamente.