Auxílio emergencial põe agências da Caixa na mira de assaltantes
PF deflagrou nesta terça-feira uma operação contra grupos que levaram ao menos R$ 1,2 milhão; última ocorrência foi nesta madrugada em Bragança Paulista
Responsáveis pelo pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores autônomos, informais e desempregados durante a pandemia do novo coronavírus, as agências da Caixa Econômica Federal entraram na mira de quadrilhas especializadas em roubo a bancos. Na madrugada desta terça-feira, 2, uma unidade em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, foi atacada por um grupo armado, que trocou tiros com a polícia.
Nas redes sociais, circulam vídeos e imagens do assalto à agência. Segundo informações da Polícia Militar de São Paulo, o grupo não conseguiu acessar os cofres de penhores, onde ficam guardadas as joias usadas como garantias de empréstimos. Para dificultar o acesso de equipes de apoio policial, a quadrilha incendiou carros nos arredores da agência e espalhou pregos nas ruas para furar pneus dos veículos.
Em maio, criminosos assaltaram ao menos mais três agências da Caixa apenas no estado de São Paulo: em Guaianases, na zona leste da capital; em São José dos Campos, no Vale do Paraíba; e em Taquarituba, no interior. Também no interior de SP, uma quadrilha assaltou uma agência do Banco do Brasil, em Ourinhos (SP). Segundo investigações, o montante levado pelo grupo seria utilizado para o pagamento do auxílio emergencial. Publicações nas redes sociais mostram um comboio de carros, entre eles caminhonetes, chegando à cidade.
Em Minas Gerais, na cidade de Campo Belo, homens invadiram uma agência da Caixa na madrugada do dia 5 de maio para roubar os caixas eletrônicos. Na ocasião, reféns que estavam na fila para receber o benefício do governo federal foram feitos de reféns, mas ninguém ficou ferido.
No Rio de Janeiro, em uma ação mais recente, no dia 29 de maio, um grupo explodiu caixas eletrônicos de uma agência do banco na zona norte da cidade e conseguiu fugir.
Em resposta, a Polícia Federal (PF) deflagrou, no fim do mês, a Operação Ataque Furtivo, que visa desarticular os grupos especializados nesse tipo de roubo em São Paulo.
Nesta terça-feira, 2, equipes da PF cumpriram quatro mandados judiciais no âmbito da segunda fase da operação, sendo um de prisão temporária e três de busca e apreensão, expedidos pela Vara Federal de São Bernardo do Campo e pela 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Na primeira fase, foram cumpridos seis mandados judiciais, dois de prisão temporária e quatro de busca e apreensão.
As investigações sobre as quadrilhas especializadas nesse tipo de roubo começaram há quatro meses, a partir de assaltos nas agências da Caixa em Piraporinha, zona sul de São Paulo, Diadema (SP), na região do ABC Paulista, e em Guaianases. A corporação estima que os roubos resultaram em prejuízo de 1,2 milhão de reais à União.
ASSINE VEJA
Clique e Assine“Com o cumprimento dos mandados, a Polícia Federal espera conhecer o modo de atuação dos investigados e até mesmo ampliar o foco das apurações. Acreditam os investigadores que os crimes contam com o aval de facção criminosa que opera nos presídios paulistas”, diz um trecho da nota divulgada pela PF nesta terça-feira, em referência ao Primeiro Comando da Capital (PCC).