A escalada da crise após ataque de Trump às instituições brasileiras
Enquanto os personagens envolvidos radicalizam, o Brasil sofre as consequências e outros assuntos fundamentais ficam em segundo plano
Os últimos dias foram decepcionantes para todos que alimentavam alguma esperança de razoabilidade em meio à crise gerada pelo ataque absurdo de Donald Trump às instituições brasileiras via novas tarifas econômicas. Até quinta 24, do lado do presidente americano, seguia firme a disposição de impor taxas de 50% às exportações a partir da próxima semana. Diante da pancada iminente, multiplicaram-se os esforços de contenção de danos protagonizados por empresários e políticos nacionais. Há pouco otimismo quanto ao sucesso da empreitada, sobretudo pela postura do governo federal no caso. Enquanto o vice Geraldo Alckmin tenta reconstruir pontes de diálogo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não para de elevar o tom de críticas a Trump, postura que embute um claro cálculo político, já que o embate tem ajudado o petista a recuperar alguns pontos na popularidade. A estratégia de escalar essa discussão foi também adotada nos últimos dias por Jair Bolsonaro, ameaçado de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes pelo suposto descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-capitão por seu apoio à ofensiva de Trump. Enquanto os personagens envolvidos radicalizam, o Brasil sofre as consequências e outros assuntos fundamentais ficam em segundo plano. O país precisa urgentemente que essa crise seja tratada com a devida dose de racionalidade e justiça.
Publicado em VEJA de 25 de julho de 2025, edição nº 2954







