‘Queria falar de cultura pop’, diz diretor de filme sobre ex-Bozo

Daniel Rezende estreia na direção de um longa em Bingo – O Rei das Manhãs, filme inspirado na controversa trajetória de Arlindo Barreto, um dos atores que representaram o palhaço Bozo no programa infantil exibido pelo SBT nos anos 1980, em cartaz a partir desta quinta-feira no país. O tema para a estreia como cineasta de Rezende, responsável pela montagem de Cidade de Deus (2002) e Tropa de Elite (2007), foi escolhido a dedo. Em uma mesa-redonda com jornalistas, o diretor contou que procurava uma trama que envolvesse a cultura popular do Brasil. “Eu encontrei uma história que falava da nossa cultura pop, área em que o nosso cinema tem defasagem. Não queria fazer um filme sobre um problema social ou político”, contou Rezende, que já trabalhou com ambos os assuntos com Fernando Meirelles e José Padilha.

Responsável também pela montagem de Robocop (2014), Rezende contou que estava justamente buscando um argumento para o seu primeiro filme quando foi apresentado à história de Arlindo Barreto. “Queria uma história dramática e profunda, mas que também tivesse um lado pop e que pudesse se comunicar com as pessoas.”

Depois de conseguir os direitos autorais sobre a vida do ator e palhaço, e hoje pastor evangélico, Daniel Rezende começou o processo de adaptação para o cinema, com ajuda do roteirista Luiz Bolognesi (Bicho de Sete Cabeças). “Ficcionalizamos quase tudo e criamos nossa própria história. Desde o início, o que queríamos era ter a nossa liberdade criativa. O Arlindo foi muito generoso não só em abrir a vida dele, mas também de confiar que faríamos um filme que respeitasse a sua trajetória, e que tivesse vida própria.”

Bingo – O Rei das Manhãs tem no elenco nomes como Vladimir Brichta, Leandra Leal, Emanuelle Araújo e Ana Lucia Torre.

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