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‘Não iremos recuar’, diz Manuela D’Ávila (PCdoB) sobre 2018

Deputada estadual gaúcha disse que, apesar de desconfiança do PT, sua candidatura a presidente da República é 'para valer'

Por Paula Sperb
Atualizado em 4 jun 2024, 19h56 - Publicado em 8 nov 2017, 18h06

Enquanto o PT diz que o lançamento pelo PCdoB de um nome à Presidência da República é apenas “para emplacar vice de Lula”, a deputada gaúcha Manuela D’Ávila disse que sua candidatura, anunciada no domingo, é “para valer” e que “veio para ficar”. A declaração foi feita durante entrevista coletiva para confirmar sua candidatura na tarde desta quarta, no Salão Verde do Congresso, em Brasília.

Segundo o PCdoB, a candidatura de Manuela à Presidência é a segunda do partido em 95 anos de história. A primeira foi a do também gaúcho Iedo Fiuza, em 1945, na época que o partido se chamava PCB (Partido Comunista Brasileiro).

Ao mesmo tempo em que reforçou a independência do PCdoB na eleição de 2018, sem chance de recuar “por pressão de outros partidos”, Manuela anunciou que sua sigla busca formar uma “frente ampla” com legendas de esquerda que queiram buscar soluções para a crise política e econômica do país.

“Uma das ideias centrais do PCdoB é a defesa de uma frente ampla e popular, não se trata de ruptura com o PT, com quem temos relação fraterna”, disse a deputada. Questionada se uma chapa do PCdoB poderia enfraquecer a candidatura do PT, Manuela respondeu que é “impossível que uma candidatura comprometida com o fortalecimento do país enfraqueça qualquer projeto”.

“A nossa candidatura não surge por nenhuma relação ligada aos outros partidos, mas do nosso partido e nossa avaliação sobre o que o nosso país vive. Achamos que tem que ter a presença do Lula [na eleição]. A ausência [de Lula] agravará a crise institucional que o Brasil vive e precisamos construir saídas [para a crise]. Nossa candidatura tem relação com as nossas ideias para o Brasil, com as alternativas que queremos apresentar”, disse Manuela.

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Como a deputada estadual mais votada, Manuela atua nas questões de direitos humanos e igualdade de gênero. Por isso, seria naturalmente uma antagonista natural do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que atua no sentido oposto. “Tenho a avaliação de que o adversário ou a antítese de Bolsonaro é o bom-senso do povo brasileiro”, disse Manuela.

No Rio Grande do Sul, a deputada atua na oposição ao governador José Ivo Sartori (PMDB) e assinou pedido de abertura de uma CPI para investigar o parcelamento dos salários dos servidores estaduais. Manuela tem 36 anos, é jornalista, tem uma filha e é casada com o músico Duda Leindecker.

A deputada pode não ser a única mulher a concorrer no ano que vem. O PSOL do Rio Grande do Sul decidiu apresentar o nome de Luciana Genro para disputar a eleição majoritária. Manuela pode enfrentar ainda o filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Goulart, filiado ao PPL, que deve também ser candidato.

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Além disso, Marina Silva (Rede) deve anunciar sua decisão sobre concorrer ou não em breve, conforme relatou a VEJA durante congresso do partido em Porto Alegre. Caso não concorra,  políticos da sua legenda ventilam a possibilidade de Ayres Britto, ex-ministro do STF, concorrer à Presidência.

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