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MDB confirma Sartori para quebrar ‘tradição’ de não reeleger no RS

Atual governador justificou demora em confirmar seu nome como candidato por acreditar que seria possível um "entendimento generalizado entre os partidos"

Por Paula Sperb
Atualizado em 5 ago 2018, 17h39 - Publicado em 5 ago 2018, 16h23

Desde a redemocratização, os gaúchos nunca reelegeram um governador. Porém, o atual governador, José Ivo Sartori (MDB), tentará quebrar essa “tradição” política do estado. Após passar todo o período de pré-campanha sem confirmar sua candidatura, Sartori anunciou hoje que é oficialmente candidato à reeleição. A convenção do MDB ocorreu neste domingo, 5, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, e contou com a presença de Pedro Simon, um dos fundadores do partido, o presidenciável Henrique Meirelles, e o seu candidato a vice, o ex-governador gaúcho Germano Rigotto.

pesquisa eleitoral mais recente realizada no estado mostra Sartori como o preferido dos eleitores gaúchos no primeiro turno.

“Vamos lutar para dar continuidade ao projeto que construímos até agora e manter as ações e a mesma caminhada. Vamos discutir a continuidade do projeto”, disse em coletiva de imprensa após a convenção.

Sobre a demora em confirmar seu nome como candidato, Sartori disse que “se resguardou”. “Se eu dissesse lá atrás que eu era candidato, com certeza não teria feito outras mudanças que foram feitas nesse ano. Eu acreditava também que poderia surgir um entendimento generalizado entre os partidos e não precisava ser eu a pessoa a comandar esse processo. Poderiam ser todos os outros, se tivesse um alinhamento generalizado e compreendessem a realidade financeira do estado. Ninguém vai resolver isso sozinho e nem em um governo só. Acho que até fui um pouco ingênuo de acreditar que era possível ter um entendimento mais global”, disse aos jornalistas ao comentar sobre a demora no anúncio.

O vice de Sartori, José Paulo Cairoli, foi anunciado antes mesmo da confirmação do governador.

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Durante a convenção, as lideranças governistas criticaram, sem citar os nomes, os candidatos a governador Jairo Jorge (PDT) e Eduardo Leite (PSDB). A situação critica o PDT e o PSDB porque as legendas faziam parte da gestão de Sartori e agora são rivais.

“Nós não vamos deixar o caminho livre para a mentira, tenha ela cara nova ou cara velha. Algumas promessas que tenho ouvido precisariam de uns três orçamentos a mais! Como diz o gaudério: é uma barbaridade! O povo tem razão de estar cansado desse tipo de política”, disse o governador no seu discurso.

Um vídeo exibido no telão deu o tom da campanha de Sartori, chamado mais uma vez de “gringo“, assim como na campanha de 2014. O termo remete aos nascidos na região da serra gaúcha e com vínculo com o campo, como Sartori. O vídeo também criticou o Partido dos Trabalhadores. O locutor da gravação menciona o “caos e recessão gerados pelo desalinhamento das estrelas”. A peça de marketing também que Sartori é “trabalhador” e que atua “sem alarde, sem propaganda, longe dos holofotes”.

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O vídeo também antecipa uma resposta a possíveis críticas a Sartori por falta de “uma grande obra”. “Quase ninguém se dá conta que a grande obra desse governo não tem asfalto, não tem cimento”, diz o texto narrado em referência à negociação da dívida do estado com a União.

A coligação de Sartori é formada por MDB, PSD, PSB, PR, PSC, Patri, PRO, PMN e PTC. Os candidatos ao Senado pela coligação, Beto Albuquerque (PSB) e José Fogaça (MDB) também estiveram presentes.

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