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‘Operação Placebo’: PF cumpre mandados na residência oficial de Witzel

São 12 mandados de busca no Rio e em São Paulo e não há pedido de prisão contra o governador

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Mariana Muniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 Maio 2020, 11h03 - Publicado em 26 Maio 2020, 07h26

A Polícia Federal deflagrou nesta terça uma operação para cumprir mandados de busca na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O escritório onde trabalha a primeira-dama, Helena Witzel, que é advogada, também é alvo das buscas.

A PF também cumpre mandados no Palácio Guanabara, na casa de Witzel no Grajaú, no endereço do ex-secretário de Saúde Edmar Santos e do ex-subsecretário Gabriel Neves. Ao todo, segundo a PGR, foram 11 endereços residenciais e comerciais no Rio.

“Os locais são ligados a pessoas investigadas em inquérito instaurado para apurar suspeitas de desvios de recursos e fraudes em processos de licitação para compra de equipamentos e insumos destinados ao combate à covid-19 no Rio de Janeiro. Entre os alvos das medidas cautelares está o governador Wilson Witzel”, diz a PGR.

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O Radar apurou que não há mandado de prisão contra o governador e que os mandados foram expedidos pelo ministro Benedito Gonçalves do Superior Tribunal de Justiça a partir do inquérito que investiga as compras emergenciais do governo na pandemia.

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A Polícia Federal batizou a ação de “Operação Placebo”. “Elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal naquele estado foram compartilhados com a Procuradoria-Geral da República no bojo de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro”, diz a PF.

Estão sendo cumpridos 12 mandados de busca nos estados de São Paulo e no Rio. 

O inquérito aberto a pedido da PGR no STJ investiga gastos de 1 bilhão de reais na construção de hospitais de campanha durante a pandemia no Rio. Os valores dos contratos sem licitação incluem compra de respiradores, máscaras e testes rápidos, mas a maior parte do dinheiro, cerca de 836 milhões de reais, foi destinada à Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas).

Na edição de VEJA que está nas bancas, os repórteres Cássio Bruno, Thiago Bronzatto, Laryssa Borges revelam detalhes da investigação da PGR sobre um esquema de propina envolvendo liberação de pagamentos atrasados a fornecedores do governo do Rio mediante pagamento de comissões que chegam a 30%.

Os personagens reluzentes na narrativa que já rendeu algumas décadas de prisão ao bando de Cabral são o Pastor Everaldo e André Moura, dois nomes famosos do time de Witzel.

“Em menos de um ano, segundo ele, o esquema teria arrecadado cerca de 30 milhões de reais com a cobrança de 20% a 30% do valor de cada fatura paga”, registra a reportagem.

Citado como “chefe supremo” nas mensagens do esquema de corrupção, Witzel está na mira do candidato a delator Arthur Soares, o ‘Rei Arthur’. O Radar mostrou na sexta que ele prometia entregar um novo carregamento de provas contra o governador do Rio.

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Além de montar um balcão de negócios para cobrar propina de até 30% na liberação de pagamentos atrasados a fornecedores, o governo do Rio levou a roubalheira para as compras emergenciais na pandemia.

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