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Delegados da PF: “Manifestação de Moro nesse momento é inadequada”

"Como ele está tendo acesso a lista das vítimas?!", afirmou Edivandir Paiva, presidente da Associação dos Delegados da PF

Por Evandro Éboli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 jul 2019, 14h41 - Publicado em 26 jul 2019, 11h12

Para o delegado da Polícia Federal Edivandir Paiva, que preside a Associação dos Delegados da PF, o comportamento do ministro Sergio Moro no caso dos hackers, neste momento, é inadequado. Para ele, não é papel do ministro da Justiça ter qualquer contato com a investigação, nem ligar para supostas vítimas e também anunciar a elas que o conteúdo do material apreendido será destruído.

“O que a gente sempre espera é que qualquer autoridade não se manifeste com investigação em andamento. Somente quando tiver terminada e publicizada pela Justiça. Manifestações sobre investigação em curso expõem a investigação, a Polícia Federal. Qualquer manifestação dele (Moro), nesse momento, é inadequada” – disse Edivandir ao Radar.

O dirigente comentou sobre o fato de o ministro ligar para supostas vítimas dos hackers.

“Como ele está tendo acesso à lista das vítimas? A princípio, que eu saiba, está mantida sob sigilo do juiz Vallisney. Não foi levantado o sigilo. E ligar para supostas vítimas é algo que tem que ser feito de forma oficial, pelo juiz ou por uma autoridade policial. E não nesse momento,com investigação em andamento. Ainda há diligências sendo feitas, fatos a serem esclarecidos”.

E criticou o fato de o ministro da Justiça não dar a autonomia devida à Polícia Federal.

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“É sempre a mesma história. Como a Polícia Federal é subordinada ao ministro da Justiça, sempre teremos esse problema. A autonomia da polícia que Moro disse que existe, não existe”.

Sobre a destruição do conteúdo das gravações, que Moro teria dito ao ministro José Otávio de Noronha, Edivandir disse que é preciso saber o que exatamente foi dito nessa conversa.

“Não sabemos como foi essa conversa. Destruição pode até ocorrer, a depender do entendimento do juízo, e no final do processo. Se o crime é vazamento, acho que nem faz sentido agora. Em algum momento, até devem ser destruídas, mas com o procedimento correto. Mas não sabemos o que exatamente foi dito pelo ministro. Pode ter dito que em algum momento isso vai ocorrer. Não sabemos.”

 

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