PM do Rio não entrará em greve na próxima sexta-feira
Duas imagens que circulam no WhatsApp se aproveitam da crise na segurança pública no Espírito Santo para assustar e indignar leitores
O caos na segurança pública do Espírito Santo, onde familiares de policiais militares ocupam entradas de batalhões da PM e impedem que viaturas saiam às ruas, já aguça a criatividade dos inventores de boatos brasileiros.
Circulam pelo WhatsApp duas fotos, tão verdadeiras quanto notas de três reais, em que a Polícia Militar do Rio de Janeiro “comunica” que enfrentará o mesmo problema que a do Espírito Santo a partir do dia 10 de fevereiro, próxima sexta-feira.
Um deles, que inclui o brasão da PM fluminense, anuncia, em tom oficial:
Um dos indícios que entregam a falsidade da imagem – bastante comum em notícias mentirosas, por sinal – é o português sofrível empregado nas poucas linhas do comunicado.
Além de erros como “13ª à [sic] ser pago” e “RAS Olimpíco [sic]”, os criadores do boato agrediram duas vezes o idioma de Machado de Assis quando usaram vírgula para separar sujeito e verbo: “os Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro, [sic] estarão impedidos através de seus familiares de pegarem suas viaturas. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, [sic.] não realizou os pagamentos dos Militares…”.
A outra mentira que circula pelo WhatsApp é a imagem que emula um suposto despacho assinado pelo comandante-geral da PM do Rio de Janeiro, Coronel Wolney Dias, cujo conteúdo seria uma “greve geral lícita” dos policiais:
Embora mais atento ao correto uso da Língua Portuguesa, o despacho fajuto esbarra na Constituição brasileira. O artigo 42 da Carta Magna de 1988 prevê, em seu parágrafo 1º, que são aplicadas aos militares estaduais, como policiais e bombeiros, as disposições do parágrafo 3º do artigo 142, cujo inciso IV diz: “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”.
Ademais, a Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou um comunicado em seu perfil no Facebook para desmentir os boatos:
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