O vexame de Bolsonaro (e do Brasil) na ONU
Em vez de se desculpar e demonstrar respeito pelas vítimas da Covid, presidente pede que ONU dê um “jeitinho” para aceitá-lo sem ter tomado vacina
O número de vexames internacionais protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é tão grande que o placar já pode ser comparado ao 7×1 da Copa de 2014, o resultado mais constrangedor de nossa história futebolística. Na política e na diplomacia, infelizmente, a vergonha é ainda maior.
Mal-educado e empenhado em ajudar a disseminar a Covid-19, o presidente brasileiro pretende ir à Assembleia Geral da ONU, que acontece amanhã em Nova York, sem tomar vacina. O número de mortos nos EUA supera 660 mil. No Brasil, beira os 590 mil. Ao invés de demonstrar respeito às vítimas e se desculpar por sua incompetência, o que Bolsonaro faz é pedir para a ONU dar um “jeitinho” de aceitá-lo no evento mesmo sem vacina.
Em 2019, quando estreou no evento da ONU, o principal da agenda internacional, Bolsonaro demonstrou aos líderes estrangeiros uma personalidade truculenta. Ele jogou no lixo a imagem do Brasil como país capaz de estabelecer relações amigáveis com todos os demais membros da ONU ao atacar, por exemplo, a França, acusando o país europeu de ter uma aspiração colonial. Em outras ocasiões, Bolsonaro também ofendeu líderes do Chile, Argentina, China, Alemanha, Estados Unidos e de outras nações.
No futebol, o país também sofre vexames. O mais recente foi o ainda mal explicado caso da interrupção do jogo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa, resultado da bagunça em que se encontra a CBF. A entidade esportiva, no entanto, está acéfala desde o afastamento de seu presidente, Rogério Caboclo. A presidência da República, por sua vez, é acéfala mesmo com Bolsonaro lá.