PF põe fim a uma das grandes preocupações de Lula
Após mais de um ano, a Polícia Federal devolveu os tablets dos netos do petista, apreendidos na 24ª da Operação Lava Jato
Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responde a cinco ações penais na Justiça Federal e pode se tornar réu pela sexta vez, ao menos uma das grandes preocupações do petista chegou ao fim. Depois de mais de um ano, a Polícia Federal devolveu, enfim, os tablets dos netos de Lula, apreendidos na 24ª fase da Operação Lava Jato, a Aletheia, deflagrada em março de 2016.
Fátima Rega Cassaro da Silva, Renata de Abreu Moreira e Marlene de Araújo Lula da Silva, noras do ex-presidente, informaram ao juiz federal Sergio Moro no final de maio que um escrivão da PF entrou em contato e disse a elas que os aparelhos eletrônicos estavam disponíveis para retirada. Os apetrechos foram recuperados no último dia 26 de maio.
Entre março de 2016 e março de 2017, Fátima, Renata e Marlene, casadas com Luís Cláudio, Fábio Luís e Sandro Luís Lula da Silva, respectivamente, pediram três vezes a Moro a restituição de objetos apreendidos. Diante da falta de respostas do magistrado, coube a Lula, em seu depoimento ao juiz federal, em maio, expor o tamanho da crise familiar.
“Determine que a Polícia Federal devolva os Ipads dos meus netos. É uma vergonha, Ipad de neto de 5 anos está desde março do ano passado”, reclamou Lula, que ouviu de Moro “é só pedir a restituição que é devolvido”. “Não, não, não, não. Já pedi, já foi falar. Não pense que as coisas funcionam. Isso é que nem no governo. Não pense que tudo que o senhor pede as pessoas fazem rapidamente”, continuou o ex-presidente.
Em 19 de maio, Sergio Moro disse não saber das apreensões dos aparelhos dos netos do petista e lembrou que havia determinado, em fevereiro do ano passado, a devolução de “documentos e equipamentos de informática” que não interessassem às investigações, após serem examinados. “Para evitar mais delongas” o magistrado pediu à PF que informasse se os os tablets foram levados nas diligências e os devolvesse em dez dias.
Por meio de nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirma que ainda “há vários equipamentos de propriedade de noras do ex-Presidente, apreendidos no mesmo dia dos tablets, e que, a despeito dos reiterados pedidos da defesa, não foram ainda liberados”.