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Advogados, MPF e PF mostram celulares a Moro após vazamento

Pessoas presentes no interrogatório de Odebrecht apresentaram os aparelhos ao juiz da Lava Jato para provar que não foram eles que passaram as informações

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 abr 2017, 21h57 - Publicado em 10 abr 2017, 21h43

Uma situação inusitada aconteceu nesta segunda-feira durante o depoimento do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, no processo em que ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato junto com o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci. No final da oitiva, o advogado do petista, José Roberto Batochio, interveio para dizer ao juiz Sergio Moro que trechos do depoimento de Odebrecht estavam sendo vazados à imprensa — as declarações do delator estão em segredo de Justiça por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Após rápida checagem do site, o Juízo constatou que de fato teria reprodução de afirmações (…) que só poderiam ter saído desta sala”, escreveu Moro no termo da audiência. Diante disso, os policiais federais, os procuradores da república e os 26 advogados presentes na sessão mostraram “voluntariamente” os seus aparelhos celulares para provarem que não foram eles que transmitiram as informações. No documento, Moro fez uma ressalva de que não poderia exigir deles essa atitude, pois isso configuraria “quebra de sigilo profissional”. Ele também acrescentou que ele próprio e uma servidora do tribunal estavam sem celulares durante o depoimento.

No fim do texto, Moro lamentou o ocorrido e registrou que, “apesar da voluntariedade da providência acima, nada foi elucidado”. No âmbito da mesma ação penal, os próximos a serem interrogados serão o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no dia 17 de abril; o ex-marqueteiro do PT João Santana e a sua mulher, Mônica Moura, no dia 18; e Antônio Palocci no dia 20.

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