A nova epidemia da aids
A disseminação da doença é alarmante em alguns continentes, como parte da África, Ásia, Europa, América Latina e Caribe
A aids foi reconhecida entre homossexuais masculinos nos Estados Unidos, em 1981. Após três décadas, tornou-se a pior epidemia do século XX, matando mais de 35 milhões de pessoas. Estudos moleculares filogenéticos indicam que o HIV estava presente na África, em populações localizadas, desde o início de 1900.
O otimismo inicial que se seguiu após a descoberta do HIV, o desenvolvimento de testes diagnósticos, a profilaxia das infecções oportunísticas, a identificação da eficácia das drogas antivirais e a prevenção da transmissão materno-fetal têm-se contraposto à magnitude da pandemia mundial. A disseminação continuada em novas áreas e a consolidação em vários outros locais culminam em um cenário desalentador.
A disseminação da doença é alarmante em alguns continentes, especialmente na África Sub-Sahariana, no sudeste da Ásia e continua expressiva no leste da Europa, América Latina e Caribe.
No final de 2015, as estatísticas relatadas eram as seguintes:
- 36,7 milhões de crianças e adultos vivendo com HIV/aids
- 2,1 milhões novos infectados em 2015
- 1,1 milhão de mortos em 2015
- 3,3 milhões de crianças vivendo com HIV/aids
Na América Latina estima-se que 2 milhões de pessoas estejam contaminadas, dessas, 3/4 estão no Brasil, Colômbia, México e Venezuela. Na Jamaica, avalia-se que 30% dos homens que fazem sexo com homens estejam infectados.
Transmissão
As principais formas de transmissão são a sexual, a parenteral, especialmente, em usuários de drogas ilícitas, e a perinatal. Em alguns lugares do mundo, a despeito do acesso ao diagnóstico e a medicamentos, cada vez mais efetivos, a população de homens que fazem sexo com homens é 19 vezes mais infectada, quando comparada a outros grupos de pacientes contaminados pelo HIV. Nos EUA, 68% dos novos casos encontram-se nessa condição.
Terapia antirretroviral
A introdução da terapia antirretroviral impactou na epidemiologia do HIV, não só no aumento e na melhor qualidade de vida, como na diminuição da transmissão, pela menor circulação do vírus, evitando novas contaminações. Até o final de 2015, o tratamento beneficiou mais de 17 milhões de pessoas em todo o mundo.
Desafios
Mas, os desafios ainda são inúmeros, alguns transformando-se em metas até 2020, segundo os órgãos mundiais de saúde. Os três principais são:
- 90% das pessoas vivendo com HIV conhecerão sua condição de soro-positivos
- 90% das pessoas diagnosticadas receberão terapêutica antirretroviral
- 90% das pessoas recebendo a terapêutica antirretroviral terão supressão viral
Na verdade, o que pesquisadores, profissionais da saúde e pacientes anseiam é a incorporação de uma vacina, a prevenção e a descoberta de novos medicamentos mais eficazes, com menos efeitos adversos, para todos.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista