Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Isabela Boscov

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Cruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da Disney

Interpretada por Emma Stone, tendo Emma Thompson como adversária, ela não é mais só uma vilã Disney: agora, é uma anti-heroína verdadeira

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 13h46 - Publicado em 28 Maio 2021, 06h00

Uma tragédia acontece e, como qualquer criança, a pequena Estella põe na cabeça ter sido ela a sua causadora. Como nem todas as crianças, porém, Estella sempre demonstrou não apenas inteligência e capacidade de amar, mas também um temperamento rebelde e às vezes agressivo ou até vingativo, do tipo que não leva desaforos para casa e os devolve todos com troco ali na hora — uma personalidade de opostos tão nítidos quanto a cabeleira meio branca, meio negra com que ela nasceu. Agora que Estella está sozinha, largada sem mãe nem endereço na Londres do início dos anos 60, cabe ao acaso decidir qual de seus extremos vai prevalecer. Calha de eles travarem uma trégua: junto de Jasper e Horace, dois garotos órfãos como ela, a menina forma uma família unida e amorosa — ainda que dedicada a golpes e furtos. O trio prospera e se diverte, mas Estella tem um sonho não realizado, o de usar seu talento e criatividade inatos para desenhar moda. De preferência, no ateliê da exigentíssima e implacável Baronesa, rainha inconteste da alta-costura, em cujo caminho ela será colocada pela sorte e por um tanto de mau comportamento. Mas essa não é a primeira vez que os caminhos de Estella (Emma Stone) e da Baronesa (Emma Thompson) se cruzam. E, a partir daqui, vão se emaranhar de vez, com consequências explosivas para as duas e com enorme vantagem para Cruella (Estados Unidos/Inglaterra, 2021), título do filme já em cartaz nos cinemas e também disponível para compra no Disney+.

+ Compre o livro Cruella
+ Compre o livro Cruella: a história daquela mulher diabólica

Ainda que as narrativas “de origem” se tenham tornado habituais no universo dos super-heróis, a história de como Estella vai se transformar em Cruella de Vil e somar seu fogo à fogueira punk da Inglaterra da virada dos anos 70 para os 80 tem um frescor que foge ao comum e não raro beira a transgressão. Assim como sua protagonista, Cruella testa limites. E, graças ao desempenho formidável das duas Emmas e à direção inquieta do australiano Craig Gillespie (confira a entrevista) — que quatro anos atrás fez um trabalho brilhante com outra mulher complicada em Eu, Tonya —, consegue ir muito além do conceito de “produto” que tem orientado as versões live-action de clássicos da Disney. Cruella tem todas as arestas, fricções e irregularidades necessárias para que um filme ganhe vida e para que se transmita a sensação de que ele foi feito por pessoas, não por um departamento de marketing.

CALAFRIOS - Emma Thompson: olhar que transforma qualquer um em pedra -
CALAFRIOS - Emma Thompson: olhar que transforma qualquer um em pedra – (Disney Movies/.)

+ Compre o livro Os 101 Dálmatas
+ Compre o dvd de 101 Dálmatas

Continua após a publicidade

Comparações com O Diabo Veste Prada e com o Coringa de Joaquin Phoenix são inevitáveis, mas são também tangenciais. Buscando brechas no formato Disney, Gillespie preenche Cruella de cores intensas mas fechadas — os figurinos, é claro, são um prazer à parte —, e faz ele transbordar de música (de Zombies, Nina Simone e Nancy Sinatra a Blondie e The Clash), de momentos esfuziantes e de personagens construídos com apreço pelos atores que os interpretam — Joel Fry e Paul Walter Hauser nos papéis de Jasper e Horace, Mark Strong como uma figura enigmática e John McCrea, estrela do West End londrino, fantástico no papel de um David Bowie de brechó que se converte em uma influência para Estella. Especialista em talhar a bisturi suas personagens, Emma Thompson faz da narcisista Baronesa, que tira sonecas concentradas de exatos nove minutos e tem um olhar que transforma qualquer um em pedra, um deleite perverso — além de uma adversária sob medida para a anárquica, raivosa, inspirada e vivaz Estella/Cruella, interpretada por Emma Stone com aquele despudor e aquela liberdade que ela encontrou em A Favorita e que, espera-se, nunca mais venha a perder. Agora, Cruella finalmente não é mais só a vilã disposta a sacrificar cachorrinhos do desenho 101 Dálmatas e da versão de 1996 com Glenn Close. Mais jovem, ela no entanto cresceu: é uma anti-heroína verdadeira.

Publicado em VEJA de 02 de junho de 2021, edição nº 2740

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

Cruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da DisneyCruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da Disney
Cruella
Cruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da DisneyCruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da Disney
Cruella: a história daquela mulher diabólica
Cruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da DisneyCruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da Disney
Os 101 Dálmatas
Cruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da DisneyCruella de Vil vira Cinderela punk em novo filme da Disney
101 Dálmatas
logo-veja-amazon-loja

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.