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Terra registra o dia mais quente da história

Situação é particularmente grave na América do Norte, onde os termômetros vem cravando 50°C, na Europa e na Ásia

Por Ernesto Neves Atualizado em 4 jul 2023, 16h37 - Publicado em 4 jul 2023, 14h32

De acordo com dados divulgados pelo Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, a última segunda-feira, 3 de julho, foi o dia mais quente da história registrado em escala global.

Segundo a análise, a temperatura média planetária atingiu 17,01°C. No recorde anterior, de agosto de 2016, a média do globo havia sido de 16,92°C.

Especialistas atribuíram a escalada dos termômetros à combinação dois fenômenos: as mudanças climáticas induzidas pelo homem e ao retorno do El Niño.

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Resultado do aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño ocorre em período de dois a sete anos devido e é conhecido por provocar temperaturas mais altas em todo o mundo.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU a afirma que, devido à atividade humana, a temperatura da superfície global da Terra aumentou 1,1°C em comparação com o período de 1850 a 1900.

Não é coincidência, portanto, que os últimos oito anos tenham sido os mais quentes na história dos registros.

Neste início de verão no Hemisfério Norte, países da Europa, Oceania, América do Norte e Ásia vêm sofrendo com temperaturas recordes e ondas de calor sem precedentes.

Nos Estados Unidos, mais de 120 milhões estão sob alerta diante de uma brutal onda de calor, que teve início há três semanas e não dá sinais de refresco.

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Os estados do Texas, Novo México, Louisiana, Arkansas, Kansas e Missouri são os mais afetados e estão sob o que meteorologistas denominam como cúpula de calor.

Trata-se de um fenômeno que impede a circulação de ar e a chegada de frentes frias.

A situação é particularmente grave no Texas, onde a umidade elevou a sensação térmica a níveis inacreditáveis nas cidades de Corpus Christ (51°C), Rio Grande Village (47°C) e Del Rio (46°C).

Em Houston, uma das principais metrópoles do estado, onde vivem três milhões de pessoas, o asfalto rachou diante do calor extremo.

No norte do país, o problema é outro a fumaça dos incêndios no Canadá.

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Diante da pior temporada de queimadas já registrada nas florestas boreais canadenses, a fumaça tóxica tem atingido diretamente metrópoles como Nova York, Chicago e Washington.

Nas últimas semanas, as cidades amargaram os piores índices de poluição atmosférica do planeta.

Fumaça de incêndios no Canadá encobre Nova York, em 30 de junho
Fumaça de incêndios no Canadá encobre Nova York, em 30 de junho (Getty/Getty Images)

 A loucura nos termômetros não se restringe à América do Norte.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, em junho as temperaturas médias globais da superfície foram as mais altas da história para esse período do ano.

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A entidade divulgou ainda que as temperaturas da superfície do mar atingiram novo recorde em maio pelo segundo mês consecutivo. E que em junho cravaram níveis sem precedentes para o mês.

Esse aquecimento geral se reflete na canícula que castiga a Índia e já provocou ao menos 100 mortes.

Em Mumbai, maior metrópole do país, com 21 milhões de habitantes, enfrenta-se 40°C diariamente desde meados de junho.

Climatologistas indianos também relacionam o que está acontecendo com o aquecimento global.

De acordo com pesquisas da ONU, o efeito estufa fez com que ondas avassaladoras como a atual sejam 30 vezes mais prováveis de acontecer graças às mudanças no clima.

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Mais espantoso ainda é o calorão que se abate sobre o vizinho Nepal.

Em geral com clima mais ameno graças à grande altitude da Cordilheira do Himalaia, que atravessa a pequena nação asiática, os nepalenses têm enfrentado níveis potencialmente mortais de calor.

Em Janakpur, fez 43°C e em Chushot Yogma, a 3.200 metros acima do nível do mar, 36°C, a mais alta temperatura já registrada nessa altitude em todo o planeta.

O verão inclemente também se abate sobre a China. Em Xangai, epicentro econômico, o mês de maio foi considerado o mais quente em 100 anos.

E a capital, Pequim, teve na quinta (29) o dia mais quente de sua história, com as aferições registrando 42°C.

A onda afeta ainda Tailândia, Camboja, Laos e Filipinas.

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