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O que muda na transição verde da economia global com o tarifaço de Trump

Reorganização do comércio internacional imposta pelas maiores taxas em cem anos terá impacto profundo no enfrentamento às mudanças climáticas

Por Ernesto Neves Atualizado em 3 abr 2025, 15h08 - Publicado em 3 abr 2025, 14h52

As novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira, 2, desataram uma tormenta de consequências ainda imprevisíveis no comércio global.

Com taxação de pelo menos 10% sobre todos os países, Washington impôs as maiores barreiras comerciais em mais de um século.

As novas tarifas afetam fortemente o Sudeste Asiático, de onde vêm a maioria das importações solares americanas.

O Vietnã, um dos principais fornecedores, foi atingido por uma tarifa de 46%. Camboja e Tailândia também sofreram sobretaxas expressivas, de 49% e 36%, respectivamente.

Os impactos dessas tarifas na transição energética estão longe de serem totalmente mensurados. No entanto, algumas tendências já começam a surgir.

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China deve ampliar a exportação de tecnologia limpa para países emergentes

A China foi um dos alvos mais atingidos pelas novas tarifas de Trump, que chegam a 34%, somando-se a um aumento de 20% no início do ano.

Além disso, o país já enfrentava tarifas impostas pelo ex-presidente Joe Biden sobre painéis solares chineses. Agora, produtos como veículos elétricos e baterias também serão sobretaxados.

Essa pressão deve acelerar uma tendência que já é possível de se observar, inclusive no Brasil. A China deverá exportar mais tecnologia limpa para países de baixa e média renda.

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De 2022 a 2024, a participação dessas exportações cresceu aceleradamente, abrangendo veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e baterias de íons de lítio.

Isso representa um grande desafio para os EUA, que importam muito mais painéis solares do que produzem.

A Índia, por outro lado, foi relativamente poupada, com uma tarifa de 26%.

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Isso ocorre em um momento em que o país está expandindo sua capacidade de produção de tecnologia limpa, incluindo um recente subsídio de US$ 1 bilhão para fortalecer sua indústria solar.

Nos últimos dois anos, a Índia aumentou significativamente suas exportações de energia solar para os EUA, enviando 9,4 gigawatts em células e módulos solares, avaliados em US$ 3,4 bilhões, segundo dados alfandegários.

Com tarifas mais altas sobre painéis vietnamitas e de outros países, a Índia pode ganhar espaço nesse mercado.

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Embora as tarifas sejam justificadas como um meio de fortalecer a manufatura nos EUA, seus impactos vão além.

Elas criam barreiras que dificultam a transição energética global, em um momento em que o mundo precisa acelerar seus esforços para mitigar as mudanças climáticas.

Além disso, a instabilidade gerada por essas políticas afasta investimentos de longo prazo.

Assim, as tarifas devem prejudicar praticamente todas as economias, atrasando a transição energética global.

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