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Em conferência de música, guitarrista do Radiohead chama atenção para meio ambiente

Painel na SIM São Paulo discute como a crise climática impacta não só o meio ambiente, mas também a cultura e a arte que têm a natureza como inspiração

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 fev 2025, 18h30

A relação entre meio ambiente e arte foi um dos temas centrais da SIM São Paulo, a maior conferência de música e economia criativa da América Latina. O painel “Sem Clima, Sem Show” trouxe um alerta: com a Amazônia emitindo mais carbono do que absorve, a destruição da floresta não afeta apenas o clima global, mas também os povos indígenas, a identidade cultural e até a cena musical.

Realizado na quarta-feira, 19, o debate reuniu cientistas, lideranças indígenas e artistas para discutir os impactos das mudanças climáticas. A cientista Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacou que estudos mostram que a Amazônia já não consegue cumprir sua função de reguladora do carbono, agravando o aquecimento global. “Temos dados de mais de 15 anos que confirmam que a floresta está emitindo mais carbono do que absorve. Isso se deve majoritariamente às queimadas”, afirmou.

O evento também contou com a presença do guitarrista Ed O’Brien, do Radiohead, que reforçou a necessidade de preservação ambiental e sua relação com o Brasil. O músico, que morou no país entre 2012 e 2013, explicou que sua passagem pela Mata Atlântica teve um impacto transformador que o fez se sentir vivo e enormemente inspirado. Sua experiência, inclusive, influenciou seu álbum solo Earth, de 2020, que carrega traços dessa vivência.

Nesse sentido, para Ed O’Brien, a arte tem um papel fundamental na consciência climática. “Não me considero um ativista, mas acredito que todos têm uma responsabilidade com o planeta. A música pode ser um canal de sensibilização, de despertar emoções e reflexões”, afirmou.

A arte e a preservação da Amazônia

O painel também contou com a participação do líder indígena Francisco da Silva Piyãko, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá. Ele reforçou a visão dos povos originários sobre a relação entre clima, floresta e modos de vida, destacando que a crise climática não é apenas uma questão ambiental, mas também um problema social, político e cultural que atinge diretamente as populações indígenas.

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A questão ambiental foi abordada sob diferentes perspectivas, mas uma preocupação unânime emergiu: a destruição da Amazônia não afeta apenas o equilíbrio climático, mas também a diversidade cultural e artística. Segundo os participantes, a relação entre povos indígenas e a floresta gera conhecimentos essenciais para enfrentar a crise climática e deve ser valorizada. Além disso, o impacto do desmatamento sobre a biodiversidade compromete ritmos e manifestações culturais que têm a natureza como base de inspiração.

Para Ed O’Brien, a música tem o poder de amplificar essa mensagem. “A arte traduz o que palavras muitas vezes não conseguem expressar. Quando vivi aqui, percebi como a música brasileira se alimenta da conexão com a natureza, e isso me marcou profundamente”, afirmou. 

Com a COP30 marcada para 2025 em Belém, a discussão sobre a Amazônia tende a ganhar ainda mais relevância nos próximos meses. O painel na SIM São Paulo reforçou um ponto essencial: a crise climática não é apenas uma questão ambiental, mas também cultural e social. Sem um meio ambiente equilibrado, não há futuro para a arte, a música e a própria existência humana.

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