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Brasil perde área natural maior que a Bolívia em quatro décadas, segundo MapBiomas

Área corresponde a 13% do território nacional com média de 2,9 milhões de hectares por ano

Por Natalia Tiemi Hanada Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 ago 2025, 12h31 - Publicado em 13 ago 2025, 12h26

Levantamento do MapBiomas divulgado nesta quarta, 13, aponta que o Brasil perdeu 111,7 milhões de hectares de áreas naturais entre 1985 a 2024, equivalente a 13% do território nacional, superando o tamanho da Bolívia. A média anual de perda foi de 2,9 milhões de hectares nas quatro décadas, enquanto o setor agrícola ganhou espaço e as mudanças climáticas tiveram impactos negativos

“Até 1985 – ao longo de quase cinco séculos com diferentes ciclos da expansão da fronteira agrícola – o Brasil converteu 60% de toda área hoje ocupada pela agropecuária, mineração, cidades, infraestrutura e outras áreas antrópicas. Já os 40% restantes dessa conversão ocorreram em apenas quatro décadas, de 1985 a 2024”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, na divulgação dos resultados.

Evolução por décadas

1985 a 1994

Segundo a publicação do MapBiomas, a primeira década de análise foi marcada pela expansão do desmatamento. Em 1985, o Brasil possuía 80% do seu território coberto por áreas naturais, enquanto em 1994 houve um aumento de 36,5 milhões de hectares de áreas antrópicas (com ação humana) em razão da expansão de áreas de pastagem. Nesse período, 30% dos municípios registraram maior crescimento de área urbanizada.

1995 a 2004

A cobertura de áreas naturais do território brasileiro em 1995 era de 76%, e consolidou-se nos próximos anos o “arco do desmatamento” na Amazônia, impactada pelo aumento de 21,1 milhões de hectares de área antrópica na região. A conversão de floresta para agropecuária chegou a 44,8 milhões de hectares, e a pastagem sobre vegetação nativa atingiu seu máximo com 35,6 milhões de hectares até 2004.

2005 a 2014

A terceira década da série histórica iniciou com um percentual de 72% de cobertura de áreas naturais. A época foi marcada por contrastes entre a redução do desmatamento e a expansão agrícola. O período registrou o menor valor de perda líquida de vegetação nativa, com 17,1 milhões de hectares, e a Amazônia teve sua menor taxa de floresta convertida em áreas antrópicas.

A expansão agrícola temporária atingiu seu pico com 12,5 milhões de hectares e mais 20,9 milhões de vegetação nativa convertidos em pastagem, apesar da estagnação no crescimento da prática. “Nesta década, as novas áreas de pastagem sobre áreas naturais recém-desmatadas diminuíram, ao mesmo tempo  em que a conversão de pastagens já estabelecidas para o uso agrícola ou para a regeneração de áreas naturais aumentou”, explica Laerte Ferreira, coordenador do mapeamento de pastagens no MapBiomas e coordenador do LAPIG na Universidade Federal de Goiás.

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2015 a 2024

Na última década de análise do MapBiomas, outros fatores ganharam protagonismo: a mineração aumentou em 58% concentrada na Amazônia; o Pampa registrou sua maior taxa de supressão de campos de 1,3 milhões de hectares com áreas agrícolas superando campos nativos; a Amazônia registrou 8 dos 10 anos de menor superfície de água da série histórica na década; e no mesmo ritmo, o Pantanal teve a redução dos seus ciclos de inundação, sendo que 2024 foi seu ano mais seco.

A expansão agrícola diminuiu em todos os biomas em 2,7 milhões a 3 milhões de hectares a menos. No entanto, a publicação destaca a nova fronteira de desmatamento na Amazônia nos estados do Amazonas, Acre e Rondônia.

A cobertura vegetal nativa, que era de 80% em 1985, chegou a 65% em quatro décadas, enquanto a agropecuária ocupa 32% do território nacional.

Impacto nos biomas

Amazônia

A floresta amazônica perdeu 52,1 milhões de hectares em áreas naturais nos 40 anos do levantamento, com o maior aumento da área antrópica de 1995 a 2004. Segundo a divulgação, “todos os estados com maior proporção de vegetação nativa ficam na Amazônia: Amapá (96%), Amazonas (95%) e Roraima (94%)”.

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Pantanal

No mesmo ritmo da floresta tropical, o Pantanal perdeu 1,7 milhão de hectares, equivalente a 12% do bioma em vegetação nativa e corpos d’água. A diminuição das cheias e o aumento dos períodos de seca no bioma levaram aos 24% de superfície de água em 1985 chegarem a apenas 3% em 2004.

Pampa

Concentrado na região Sul, o Pampa registrou a maior perda proporcional na análise, com 3,8 milhões de hectares a menos, 30% do bioma. O destaque negativo é a década de 2015 a 2024 que levou 1,3 milhão do total das formações campestres.

Outros biomas

O Cerrado teve 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa suprimidos em quatro décadas, equivalente a 28% do território original, a segunda maior proporção. A Caatinga perdeu 9,2 milhões de hectares (-15%) e a Mata Atlântica 4,4 milhões (-11%). Os três biomas registraram a maior parte da sua expansão antrópica antes de 1985, segundo o estudo.

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