
A oscilação do Brasil no Mapa da Fome
Em 1974, a fome no mundo era capa de VEJA em uma reportagem sobre a Conferência Mundial de Alimentação promovida pela FAO, em Roma. Mais de 50 anos depois, o tema ganha destaque com uma conquista do Brasil
TBT | Em 13 de novembro de 1974, a fome era capa de VEJA com destaque para a Conferência Mundial da Alimentação daquele ano, organizada pela FAO, em Roma.
A reportagem especial fazia perguntas urgentes, como o que é mais grave: o rápido crescimento da população humana ou a falta de comida? Quem deve pagar os programas de aumento da produção de alimentos? E quem é o culpado pela fome: as administrações ineficientes de tantos países ou as cicatrizes da antiga colonização?
Também trazia um mapa que indicava as nações gordas e as nações magras com base na média de calorias ingeridas por cada uma. Além disso, mostrava a realidade desesperadora de países da África assolados pela fome.
Já no Brasil, a fome não era vista como forma endêmica. Embora naquela época existissem 20 milhões de pessoas carentes, o país não se enquadrava à categoria da tragédia, mas, segundo a FAO, a uma faixa intermediária.
O progresso naquela época no Brasil havia sido fruto de um lento, mas significativo crescimento agrícola, e de intervenções oficiais, representadas pelo Serviço Alimentar da Previdência Social, criado em 1940 pelo presidente Getúlio Vargas, pela Campanha Nacional de Alimentação Escolar, que nasceu nos anos 50, e pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição.
Os programas sociais são uma bandeira conhecida do governo Lula, que nesta segunda-feira, 28 de julho, conquistou um marco importante: depois de quatro anos, o Brasil deixou novamente o Mapa da Fome da ONU.
O critério para sair do Mapa da Fome é que menos de 2,5% da população esteja em risco de subnutrição ou em risco de não receber alimentação suficiente.
A ONU analisou dados dos anos de 2022, 2023 e 2024. Em 2021, o país havia retornado ao Mapa da Fome, que tinha saído em 2014. O Brasil estava com 5,7% da população em risco de subnutrição, número que caiu para menos de 2,5% nos últimos anos.
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