Videogame ‘Indiana Jones e o Grande Círculo’ coloca jogador na pele do herói
Jogo inspirado no personagem criado por George Lucas e imortalizado por Harrison Ford estará disponível a partir de segunda-feira, 9

Apresentado em Os Caçadores da Arca Perdida (1981), o professor e arqueólogo Indiana Jones ganhou fama na interpretação de Harrison Ford e ficou imortalizado na cultura pop como um arquétipo do bom aventureiro, intelectual, ousado e determinado. Prova disso foram os outro quatro filmes que protagonizou depois, além dos mais de dez títulos de jogos eletrônicos inspirados em suas andanças — os dois da série Lego são impagáveis. A partir desta sexta-feira, 6, para quem tem acesso antecipado, e de segunda-feira, 9, para o restante do público, será possível assumir o ponto de vista do herói em Indiana Jones e o Grande Círculo, jogo produzido pela XBox e pela Bethesda que estará disponível para Xbox Series S|X e PC.
A equipe da MachineGames, desenvolvedora do jogo, trabalhou em estreita colaboração com a Lucasfilm Games para criar uma experiência fiel à franquia, permitindo que os jogadores se sintam como o próprio Indiana Jones. “Eles nos mantinham atualizados regularmente e, como representantes do Indiana Jones, são muito protetores da marca”, disse a Veja o diretor de design do jogo, Jens Andersson. “Mas, logo no início, desenvolvemos uma relação de confiança, onde eles perceberam que somos fãs tão grandes quanto eles.” O estúdio se concentrou em capturar a atmosfera dos filmes, incluindo a paleta de cores, a trilha sonora, os efeitos sonoros e até o icônico vilão “Wilhelm Scream”. Para alcançar essa fidelidade, a equipe utilizou técnicas tradicionais de cinema, como a presença de um diretor de fotografia no set de captura de movimentos.

Para mergulhar os jogadores na mente de Indiana Jones, a MachineGames se concentrou em criar um jogo em primeira pessoa, uma decisão que Andersson reconhece como potencialmente controversa, porque não há possibilidade de troca de personagem ou de ponto de vista. “Acreditamos que essa foi a escolha certa para o jogo”, afirmou o diretor de design. “Há tantas decisões a serem tomadas, e o filme não nos deu todas as respostas. Precisamos encontrar maneiras de trazer o que você ama da franquia para um videogame.”
A história se passa cronologicamente em 1937, entre eventos dos filmes Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Indiana Jones e a Última Cruzada (1989). A trama começa logo após os eventos de Caçadores, com Indy se separando de Marion Ravenwood e buscando um novo propósito. “Há referências ao fato de que não deu certo com Marion. Como é possível ver no prólogo, o ídolo de ouro que vemos no Peru e outras coisas que aparecem remetem diretamente aos filmes, criando uma sensação de continuidade para os fãs”.

Ao contrário de oferecer uma representação estática de Indiana Jones, a MachineGames permite que os jogadores moldem a personalidade de Indy ao longo do jogo. Andersson afirma que a equipe se esforçou para garantir que as escolhas do jogador se alinhassem com as características do personagem, recompensando ações que refletem sua personalidade. “Trabalhamos muito para garantir que fosse divertido e fácil para o jogador fazer escolhas semelhantes às que Indy faria”, disse Andersson. “Se o jogador naturalmente escolhe jogar como um arqueólogo adorável e às vezes briguento, ele já se colocou no lugar de Indiana Jones e a maior parte da batalha já está ganha.” O sistema de Pontos de Aventura, que permite desbloquear novas habilidades, foi projetado para refletir o crescimento e aprendizado de Indy ao longo da aventura. A progressão visual do personagem, com o desgaste de seu chapéu e jaqueta, também contribui para a sensação de evolução.
Ao ser questionado sobre novos recursos de jogabilidade, Andersson evita destacar uma inovação específica.A variedade de elementos, como furtividade, quebra-cabeças e sequências de ação cinematográficas, contribui para a singularidade do jogo. “É difícil definir o que é inovação hoje”, disse o técnico. “Não há nenhum recurso específico que destacamos como algo único, mas é o conjunto de todas as pequenas peças. É um jogo bem diferente de qualquer outro no mercado, essa é a parte mais importante.”

Andersson reconhece os desafios de adaptar uma franquia cinematográfica para o mundo dos videogames. Ele compara o processo com a adaptação de livros para filmes, destacando a necessidade de fazer concessões e adições para criar uma experiência autêntica em um novo meio. O diretor de design cita seu trabalho em Crônicas de Riddick (2004), aventura espacial com Vin Diesel, como um exemplo. “O filme foi um fracasso total, mas o jogo se saiu bem”, disse ele. “Tentamos construir o que era essencial para a experiência e evitamos tentar contar a mesma história dos filmes porque isso só torna tudo mais difícil. Então, trata-se de buscar o melhor caminho para criar um bom videogame.”