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Descoberta oferece nova esperança para o tratamento da leucemia infantil

Em testes em laboratório e em modelos animais, composto experimental foi capaz de reduzir em até 93% a progressão das células tumorais

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 set 2024, 16h47 - Publicado em 9 set 2024, 16h14
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  • Pesquisadores do Instituto Van Andel, nos Estados Unidos, desenvolveram um composto experimental que pode mudar o tratamento de uma forma agressiva de leucemia infantil. O tipo que foi alvo da pesquisa está ligado a mutações no gene MLL (responsável por regular o desenvolvimento normal das células sanguíneas), afeta principalmente bebês e crianças pequenas e costuma ser resistente aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia.

    A descoberta tem o potencial de oferecer uma nova alternativa terapêutica para crianças com leucemia, cujas opções de tratamento são limitadas e, muitas vezes, pouco eficazes. Os primeiros testes com o composto mostraram resultados positivos, oferecendo uma esperança renovada para as famílias que enfrentam essa condição. O estudo foi publicado no periódico científico Science Advances.

    Nos estudos realizados em laboratório e em modelos animais, os resultados foram bastante promissores. O composto foi capaz de reduzir em até 93% a progressão das células de leucemia. Em camundongos, o tratamento diminuiu significativamente o crescimento das células cancerígenas e, mais importante, fez isso sem causar danos às células saudáveis.

    Como funciona o tratamento em teste

    O composto experimental atua degradando uma proteína específica, chamada ENL, essencial para a sobrevivência e proliferação das células de leucemia. Sem essa proteína, as células cancerígenas perdem a capacidade de se multiplicar e espalhar, o que pode frear o avanço da doença.

    Essa abordagem pertence a uma nova classe de medicamentos chamada “degradadores de proteínas“, que não apenas bloqueiam a ação de proteínas nocivas, mas as removem completamente do corpo. Com essa tecnologia, os tratamentos podem ser administrados em doses menores e com menos frequência, resultando em menos efeitos colaterais.

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    Menos efeitos colaterais

    Outro dado relevante é que os efeitos colaterais observados foram mínimos. Isso representa uma grande vantagem em comparação aos tratamentos convencionais, como a quimioterapia, que afetam tanto as células doentes quanto as saudáveis, resultando em uma série de reações adversas, especialmente em crianças, como náuseas, queda de cabelo e fraqueza.

    Embora os resultados iniciais sejam animadores, o tratamento ainda precisa passar por mais etapas antes de estar disponível para o público. O próximo passo será testar o composto em outros tipos de câncer, como o tumor de Wilms, e expandir os estudos para mais pacientes.

    Os pesquisadores também planejam realizar ensaios clínicos em humanos para garantir que o composto seja seguro e eficaz em diferentes situações.

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