No primeiro estudo desse tipo, os pesquisadores da Universidade da Austrália do Sul mostraram que é melhor priorizar uma boa noite de sono. Os participantes que relataram problemas para dormir eram, em média, mais propensos a ter indicadores de má saúde cardiometabólica – marcadores inflamatórios, colesterol e peso corporal – que podem contribuir para o diabetes tipo 2.
A professora de enfermagem da UniSA, Lisa Matricciani, explica que esse risco não é somente ligado à duração do sono, mas à experiência como um todo. “Quão profundamente dormimos, quando repousamos e nos levantamos, e quão regulares são nossos hábitos, podem ser tão importantes quanto as horas que estamos na cama.”
Um em cada 10 adultos tem diabetes no Brasil. Globalmente, os números mostram que 537 milhões de adultos portam a doença – um aumento de 16% (74 milhões) desde as estimativas anteriores datadas de 2019, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes. Em 1.000 adultos australianos com sobrepeso, a equipe de Matricciani percebeu similaridades nas reclamações: período, tempo e eficiência do sono.
Comer tarde
O motivo dessa semelhança pode estar relacionado aos lanchinhos da madrugada. Em outro trabalho realizado pela Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, os cientistas descobriram que o período da ingestão afeta significativamente o gasto de energia, apetite e o metabolismo do tecido adiposo.
Os resultados revelaram que comer mais tarde teve efeitos profundos na fome e nos hormônios reguladores do apetite leptina e grelina, que influenciam nosso desejo de comer. Quando os participantes comeram mais tarde, eles também queimaram calorias em um ritmo mais lento. Em sua conclusão, a investigação também sugeriu que comer mais tarde pode aumentar a probabilidade de desenvolver obesidade.