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Bahia registra surto de botulismo com seis casos e duas mortes; entenda a doença

Secretaria de Estado da Saúde informou que dois pacientes estão internados e um teve alta; infecção por bactéria pode matar em questão de horas

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 set 2024, 13h13
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  • Um surto de botulismo, doença causada por bactéria que pode causar a morte em poucas horas, já afetou seis pessoas, das quais duas morreram, em três municípios baianos segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde da Bahia (Sesab). A suspeita é de que a infecção teria sido causada por mortadela de frango, pois quatro pessoas relataram o consumo na véspera do início dos sintomas. De acordo com a Sesab, dois pacientes ainda estão internados e um teve alta.

    O primeiro caso suspeito foi notificado no mês passado e confirmado laboratorialmente. Uma busca retrospectiva levou à confirmação de seis episódios neste ano nos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas . Os episódios foram registrados em pacientes do sexo masculino, moradores da zona rural e com idade entre 17 e 39 anos.

    Na Bahia, a última morte por botulismo ocorreu em 2007. Em todo o ano de 2023, o estado registrou dois casos em Feira de Santana.

    Os pacientes apresentaram alguns dos principais sintomas da doença, como visão turva, vertigem, perda da força cervical, fraqueza generalizada, queda da pálpebra (ptose palpebral), amigdalite e perda inespecífica e parcial da visão. A enfermidade é de notificação compulsória em um prazo de até 24 horas em função de sua gravidade.

    “A secretaria tem trabalhado na vigilância dos casos, emitimos um alerta para toda a rede de serviço e para o Ministério da Saúde. Estamos acompanhando de perto todos os casos”, afirmou Eleuzina Falcão, coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab.

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    O que é o botulismo?

    O botulismo é uma doença neuroparalítica rara e que pode evoluir rapidamente para quadros graves desencadeada pela ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C botulinum). A infecção costuma ocorrer pelo consumo de alimentos contaminados seja durante a produção ou pela conservação inadequada.

    “Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados”, informa o Ministério da Saúde.

    O mel também oferece riscos, por isso, não deve ser oferecido para crianças com menos de 2 anos.

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    O intervalo entre a ingestão do alimento contaminado e o início dos sintomas pode variar de duas horas a dez dias, mas a média é de 12 a 36 horas. A doença pode causar insuficiência respiratória por paralisar os músculos envolvidos na respiração. Como a doença tem rápida evolução, é importante buscar ajuda médica ao notar qualquer sintoma.

    Embora seja capaz de “causar envenenamento grave em questão de horas”, conforme explicação do ministério, a condição pode ser tratada e curada com uso do soro antibotulínico (SAB) e antibióticos. O tratamento precisa ser realizado em hospital que conte com unidade de terapia intensiva (UTI).

    Como evitar o botulismo?

    Ficar atento às embalagens dos alimentos, comprar produtos de boa procedência e ser rigoroso com a higiene ao preparar conservas são algumas das recomendações do Ministério da Saúde para evitar o botulismo.

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