Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Meu filho vai saber

A atriz e “musa fitness” Karina Bacchi está prestes a ser mãe por produção independente; ela conta por que escolheu um doador nos Estados Unidos

Por Karina Bacchi
Atualizado em 4 jun 2024, 18h35 - Publicado em 22 jul 2017, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ser mãe sempre foi um desejo. Desde criança eu cuidava das bonecas como se fossem minhas filhas. O tempo corre muito rápido, e, quando me dei conta, eu me vi prestes a completar 40 anos. A opção pela produção independente decorreu de uma série de acontecimentos. No ano passado, separei-me do meu marido. Ficamos casados por seis anos. Ele tem dois filhos do primeiro casamento e não queria ser pai novamente. Eu nutria a esperança de que mudasse de ideia, e acredito que ele contava com minha desistência. Havia amor e vontade de que a união desse certo, então fomos deixando a conversa sobre crianças em segundo plano por alguns anos. Também descobri a hidrossalpinge, que consiste em acúmulo de líquido nas trompas, e tive de retirá-las, o que me impossibilitou ter filhos de forma natural. Eu me vi diante do risco de não realizar meu sonho, e isso me assustou e me alertou. Precisei fazer escolhas, com os pés no chão — mas em pouco tempo.

    No ano passado, descongelei parte dos óvulos que armazenara aos 34 anos, por orientação da minha tia, que é obstetra. Fiz apenas uma fertilização in vitro, e deu certo. Contei primeiro a alguns amigos próximos, e depois ao público em geral. Dividir essa notícia foi como gritar ao mundo: “Eu venci!”. Trata-se de um processo de muita expectativa, espera e oração. Ao me descobrir grávida, eu me senti poderosa, encorajada. O medo nunca passou perto da minha história, e ver o sonho se realizando foi algo fortalecedor. É preciso ser determinada para tomar uma decisão como essa. Assumir as responsabilidades de uma maternidade independente não é para qualquer pessoa.

    Meu filho terá acesso a todas as informações sobre a sua vida e o modo como foi gerado. Por isso, eu quis ter o máximo possível de dados sobre o doador de sêmen. A escolha levou cerca de três meses, com pesquisas em bancos brasileiros e internacionais. Aqui, havia menos referências sobre a pessoa e sua família. Desse modo, escolhi o doador em um banco estrangeiro. Vi suas fotos da infância à adolescência e conheço suas características físicas: etnia, cor dos olhos e do cabelo, altura, peso, traços. Tive acesso ao histórico de saúde do doador e de sua família, seu signo, religião, hobbies, trabalho, gostos e impressões sobre diversos assuntos. Procurei alguém com quem me identificasse, não só fisicamente, mas também em um contexto geral.

    Antes de começar o processo de produção independente, mas já com planos de engravidar, comprei em viagem à Grécia as primeiras roupinhas para bebê, bodies e maiozinhos para menino e menina, além de sandalinhas e sapatinhos gregos. Já estava com sentimento maternal, no início de uma jornada ainda por vir. Agora, nesta reta final da gravidez, a ansiedade se multiplica. Quero ter o bebê em meus braços. Desejo fazer parto normal nos Estados Unidos, para que meu filho tenha mais oportunidades, com múltipla cidadania — brasileira e italiana, como eu, e americana. Meus pais e uma enfermeira estarão ao meu lado. Reconheço que a figura paterna é importante, mas desde que acompanhada de muito amor, que esteja presente. Pais sem companheirismo e afeto, às vezes, até prejudicam a formação desse pequeno ser que vem ao mundo.

    Não tenho tantos anos pela frente para tentar engravidar de novo, nem tantos óvulos quanto gostaria, mas ainda quero aumentar a família. Pretendo ter mais filhos futuramente, e se será de forma independente ou não vai decorrer do meu estado civil. Prefiro, contudo, aguardar a experiência de ser mãe do meu primeiro. Acredito que hoje o preconceito com a produção independente já não é tão predominante. No meu caso, foi o contrário: eu me senti apoiada. Recebo centenas de mensagens de mulheres que gostariam de fazer o mesmo que eu mas não têm coragem. Meu conselho é: não decidam nada por impulso. Pensem e repensem se vocês estão preparadas.

    Continua após a publicidade

    Depoimento a Meire Kusumoto

    Publicado em VEJA de 26 de julho de 2017, edição nº 2540

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.