– Alimentos mais baratos
O índice que baliza a inflação, o IPCA, vem renovando suas mínimas históricas. A queda no preço de produtos como arroz (10,9%), feijão (46,1%), frango (8,7%) e leite (8,4%) em 2017 beneficia, sobretudo, as classes D e E, em cujo orçamento os alimentos têm peso maior.
– Maior possibilidade de renegociação de aluguel
Os contratos de aluguel têm como base a inflação medida pelo IGP-M — que caiu 0,52% em 2017. A queda do índice aliada ao número de imóveis vagos no país, que chega a 6 milhões segundo o IBGE, facilita a renegociação para os inquilinos que creem estar pagando mais do que deveriam.
– Menor reajuste nas tarifas de transporte e energia
No fim de 2016, as tarifas de ônibus subiram 9,3%. No mesmo período de 2017, aumentaram apenas 4%. No caso dos trens e metrôs, a oscilação também foi menor — de 8,5% para 2,5% e de 9,1% para 1,3%. Já os preços da energia baixaram 4,7% neste ano graças à saída da bandeira tarifária vermelha.
– Aumento do poder de compra
Em 2015, houve queda de 5% da renda média calculada pelo IBGE. A partir de 2016, deu-se uma leve recuperação. Em janeiro de 2018, quando o IPCA registrou seu menor patamar para o mês desde a criação do real (0,29%), a renda média do brasileiro subiu 3,6% em relação ao ano anterior.
– Menor margem para aumento salarial
A baixa inflação não traz só vantagens. Ainda que o aumento das remunerações seja negociado em acordos coletivos com empregadores, e não automaticamente fixado com base no IPCA, a queda do índice tende a diminuir a margem dessa negociação para os assalariados.
Publicado em VEJA de 4 de abril de 2018, edição nº 2576