O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que vai se reunir com o presidente Jair Bolsonaro hoje ou amanhã para conversar sobre o esvaziamento de suas funções e as demissões de dois de seus auxiliares nesta semana, enquanto o ministro estava de férias no exterior. Perguntando se considera deixar o governo, Lorenzoni foi enfático: “Claro que não! Minha missão junto com o presidente Bolsonaro é servir o país. Mas é claro que toda e qualquer decisão dentro do governo é liderada por ele”, afirmou.
“Eu preciso compreender, preciso conversar com o presidente para entender as razões. Ele também vai ouvir uma série de questões que vou esclarecer a ele”, acrescentou Lorenzoni ao desembarcar no aeroporto de Brasília, vindo dos Estados Unidos, onde estava de férias.
O estopim do desgaste entre Bolsonaro e Lorenzoni foi uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pelo ex-número dois da Casa Civil, José Vicente Santini, em viagem à Índia, na semana passada. O presidente classificou a postura de Santini como “imoral” e “inadmissível”, já que poderia ter optado por um voo comercial.
Mesmo assim, um dia depois, Santini foi reconduzido a um novo cargo dentro da pasta, decisão que foi cancelada pelo presidente após repercussão negativa. Em represália, também transferiu da Casa Civil para o ministério de Economia o Programa de Parceria e Investimentos (PPI), e exonerou o então secretário interino Fernando Moura. Reportagem de VEJA revela que o ministro também abusou de jatinhos oficiais.
Lorenzoni assumiu a crise que se abateu sobre sua pasta: “Aconteceram algumas coisas. E é claro que uma coisa é tu estar aqui, acompanhando pari passou. Outra é tu estar em outro país”. Segundo o ministro, a relação entre ele e Bolsonaro é de muita amizade e muita confiança. “Somos amigos há mais de 20 anos. Tenho certeza de que o entendimento vai prevalecer”.
O presidente passou por um procedimento ontem à noite no Hospital das Forças Armadas, mas o Planalto informou que não se manifestará sobre a situação.