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O esforço do militar que fez plano de assassinato para manter o acampamento no QG

General Mario Fernandes levava adiante as demandas dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 nov 2024, 14h35
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  • O general Mario Fernandes, acusado pela Polícia Federal de elaborar um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, era uma figura frequente no Quartel-Geral do Exército em Brasília, local onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro armaram um acampamento em busca de pressionar a força a reagir ao resultado das eleições de 2022.

    De acordo com a PF, as visitas do militar ao acampamento começaram em novembro de 2022, logo após a derrota de Bolsonaro para Lula. À época, ele ocupava o cargo de chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência. No local, o general dava suporte às demandas dos manifestantes – ele próprio relatou manter contatos com caminhoneiros e com representantes do agronegócio.

    Mensagens encontradas pelos investigadores mostram que o assessor palaciano era acionado em busca de resolver dificuldades dos manifestantes. Um deles, Rodrigo Yassuo, pede ajuda para a liberação do ingresso de uma tenda, barrada pela Polícia do Exército. Ele também pediu orientações sobre uma manifestação. A esposa de Rodrigo acabou presa dias depois, após os ataques em 12 de dezembro à sede da Polícia Federal.

    Conforme relatos colhidos por VEJA, o general da reserva de fato levava as demandas dos manifestantes adiante. Militares que atuavam no Comando Militar do Planalto, responsável pela área do QG, afirmam que Mario Fernandes era insistente nos contatos e tentava reverter diretamente nas conversas com seus colegas de farda os entraves do grupo. Eram dificuldades com a entrada de tendas e a liberação de caixas de som.

    Ele relatava o temor de que os manifestantes acabassem desistindo da mobilização por causa da ausência de itens básicos. A saída do grupo, reforçava, levaria à diminuição da pressão para que Bolsonaro tomasse alguma medida para reverter o veredito das urnas.

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    Segundo a PF, Mário Fernandes, “além de receber informações, também servia como provedor material, financeiro e orientador dos manifestantes antidemocráticos instalados nas adjacências do QG do Exército em Brasília, que teve papel fundamental na tentativa de golpe de Estado perpetrada no dia 8 de janeiro de 2023”.

    O general foi indiciado na última quinta-feira, 21, pelos crimes de organização criminosa e tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático. Somadas, as penas vão até 28 anos de prisão.

     

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