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Eike diz desconhecer interferência de Eduardo Cunha na Caixa

O empresário afirmou ao juiz Vallisney Oliveira que não tratava de questões relacionadas aos financiamentos da LLX, uma de suas empresas

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h58 - Publicado em 17 jul 2017, 19h38
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  • Em depoimento à Justiça Federal em Brasília, nesta segunda-feira, o empresário Eike Batista afirmou desconhecer qualquer interferência do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal. Ao juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal, Eike disse que os financiamentos obtidos por suas empresas não eram tratados diretamente por ele.

    Eike também negou ter feito pagamentos indevidos para que sua empresa LLX Açú Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS, conforme indicado em delação premiada do ex-sócio do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, Alexandre Margotto. Eike contou ter dado uma carona em um voo a Cunha de Brasília para o Rio, após pedido de um executivo de suas empresas, mas negou ter relações com o ex-deputado.

    “Ele embarcou, sentou numa poltrona atrás. Posso ter o cumprimentado, mas não tenho relação nenhuma, nenhum contato telefônico, não visito a casa dele e nem ele a minha”, disse o empresário, que prestou depoimento na condição de testemunha de defesa de Funaro, preso na Superintendência da PF na capital federal. Na ação penal, além de Funaro, são réus Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

    A oitiva foi feita por meio de videoconferência no âmbito da Operação Cui Bono ?, da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção na Caixa entre 2011 e 2013.  Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cunha, Geddel e Funaro desviaram “de forma reiterada recursos públicos a fim de beneficiarem a si mesmos, por meio do recebimento de vantagens ilícitas, e a empresas e empresários brasileiros, por meio da liberação de créditos e/ou investimentos autorizados pela Caixa Econômica Federal em favor desses particulares”.

    Eike compareceu à sede da Justiça Federal no Rio. O empresário alegou que presidia apenas o conselho de administração da LLX – uma de suas empresas – e que não tinha contato com as questões de financiamento. A função, segundo Eike, cabia aos diretores da empresa, que usou financiamento da Caixa nas obras do Porto Açu, no Rio de Janeiro. Questionado, afirmou que pessoalmente não negociou nada: “Absolutamente não”.

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    Eike disse não conhecer Funaro e negou ter se encontrado com ele em Nova York. “Posso ter esbarrado com ele em algum restaurante por acaso, mas não o conheço e não lembro de ter encontrado com ele em Nova York”, afirmou. 

    Em delação, Margotto declarou que Funaro e Eike jantaram em Nova York. A reunião, revelada a Margotto por Funaro, teria sido intermediada por Joesley Batista, da holding J&F, que teria participado do encontro. Eike também afirmou não conhecer Margotto.

    Eike foi preso no fim de janeiro na Operação Eficiência, outro desdobramento da Lava Jato. Ele foi solto em abril graças a um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O empresário é réu na Justiça Federal do Rio por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

    (Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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