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PSL ‘enquadra’ líder do partido na Câmara por declarações sobre reforma

Queixas de Delegado Waldir (GO) sobre texto enviado ao Congresso incomodam colegas; partido fechou questão em favor da mudança nas aposentadorias

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 29 mar 2019, 16h25 - Publicado em 29 mar 2019, 08h46
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  • Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamar de “fogo amigo” no Congresso, a bancada do PSL decidiu “enquadrar” o seu líder na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO). O movimento foi capitaneado pela ala militar do partido, que externou sua insatisfação com declarações recentes do líder contra a reforma da Previdência.

    “O partido tem divergências, tem suas divisões. Nem Cristo agradou a todo mundo, não será o Delegado Waldir que vai agradar”, afirmou o deputado, após reunião da bancada em um espaço de eventos em Brasília. Na ocasião, os parlamentares anunciaram que fecharam questão em relação à proposta da reforma da Previdência — na prática, significa que todos devem ser favoráveis, sob pena de expulsão da legenda.

    De acordo com parlamentares presentes na reunião, ficou definido que Waldir terá de seguir uma espécie de manual para continuar no cargo. Foi acertado que, como líder, qualquer crítica que fizer a questões do governo terá de ser pontual e com consulta prévia à bancada. Waldir terá também de assumir um papel mais institucional de defesa e orientação dos deputados do PSL.

    O deputado de Goiás chegou ao cargo de líder após o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho mais novo do presidente, ter desistido de assumir a função para evitar conflito de interesses da bancada. Eduardo era vice-líder no mandato passado e, na transição, passou a ser um dos principais interlocutores da equipe de Jair Bolsonaro no Congresso.

    Com apoio do presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE), o delegado foi eleito para a função. Desde que assumiu, porém, ele tem entrado em rota de colisão com o governo por suas declarações. Aos presentes na reunião, Bivar garantiu a manutenção de Waldir na liderança. Contudo, um grupo de deputados defende a adoção de um rodízio na liderança ainda neste ano.

    O líder do partido na Câmara não é o único a ser contestado. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), também passou a ser alvo de críticas internas após discutir com deputados favoráveis à reforma da Previdência, como Kim Kataguiri (DEM-SP), pelo Twitter.

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