O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um plano de paz entre Israel e a Palestina que propõe uma “solução realista de dois Estados” nesta terça-feira, 28.
“Hoje Israel toma um grande passo em direção à paz”, disse Trump. Durante o anúncio do plano, em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, não havia representantes palestinos.
A cidade de Jerusalém, que está no cerne do conflito, é a “capital indivisível” de Israel, afirmou Trump. Mas o presidente também anunciou que o plano prevê que a futura capital de um Estado palestino com uma embaixada americana seja localizada em Jerusalém Oriental.
Israel reivindica todo o território de Jerusalém como capital “una e indivisível” do país. No anuncio, nem Trump ou Netanyahu explicam como uma capital “indivisível” seria compartilhada com os palestinos.
O plano de Trump, há muito antecipado, dá à Palestina um prazo de 4 anos para ser discutido. O presidente americano disse que uma ajuda de 50 bilhões de dólares estará disponível para o novo Estado palestino poder reconstruir sua economia, o que resultaria na criação de um milhão de postos de trabalho e na triplicação do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos.
Trump também disse que os assentamentos israelenses na cisjordânia ocupada deverão ser reconhecidos como territórios de Israel, ao mesmo tempo disse que os territórios palestinos iriam duplicar, mas não mencionou de que forma isso irá acontecer. Na sua fala, Netanyahu não mencionou a possibilidade de abrir mão de territórios como as Colinas de Golã, anexadas por Israel e reconhecidas como legitimas pelo governo de Trump, uma mudança repentina na posição histórica americana.
Sem a presença de palestinos, a cerimônia também careceu de grandes países da região, como Egito, Arábia Saudita e e Jordânia. Apenas representantes dos Emirados Árabes Unidos, Bahrain e Omã compareceram.
As negociações para o “Plano do Século”, como Trump o chama, não tiveram a participação de autoridades palestinas. A Autoridade Palestina rompera os vínculos diplomáticos com Washington após a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém em 2017.
Trump se diz como o presidente mais pró-Israel que os Estados Unidos já elegeu. Durante sua gestão, apoiou por diversas vezes o Estado judeu indo na contra-mão do consenso internacional quanto o conflito. Além de ter transferido a embaixada, o presidente americano foi até homenageado tendo um assentamento nas Colinas de Golã batizadas com seu nome.