O governo do Talibã suspendeu, nesta terça-feira, 20, o ensino universitário para todas as estudantes do sexo feminino no Afeganistão. Uma carta publicada pelo Ministério da Educação disse que a decisão foi tomada em uma reunião de gabinete e que a ordem entrará em vigor imediatamente.
A ONG Human Rights Watch fez uma dura crítica a proibição desta terça-feira, chamando-a de “decisão vergonhosa que viola o direito à educação de mulheres e meninas ”.
“O Talibã está deixando claro todos os dias que não respeitam os direitos fundamentais dos afegãos, especialmente das mulheres”, declarou em comunicado.
Meninas afegãs já foram impedidas de retornar à escola em março, após o governo reverter a decisão de reabrir escolas para estudantes do sexo feminino, fechadas desde a retomada do Talibã em agosto de 2021.
O grupo liderou o país de 1996 a 2001, quando uma invasão dos Estados Unidos tirou o grupo do poder.
+ Talibã realiza primeira execução pública desde que voltou ao poder
Depois de retomar o poder do Afeganistão no ano passado, o Talibã tentou projetar uma imagem mais moderada para obter apoio internacional. Embora tenha feito inúmeras promessas à comunidade internacional de que protegeria os direitos das mulheres, a postura linha dura não parece ter mudado.
+ Talibã reconhece isolamento e falta de reconhecimento internacional
Mulheres não podem mais trabalhar na maioria dos setores. Uma lei também exige um tutor masculino para viagens de longa distância, e outra exige que cubram o rosto em público. Em novembro, as mulheres afegãs foram proibidas de entrar em alguns espaços públicos, como parques de diversões, em Cabul.
O embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, condenou o país durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“O Talibã não pode esperar ser um membro legítimo da comunidade internacional até que respeite os direitos de todos os afegãos, especialmente os direitos humanos e as liberdades fundamentais de mulheres e meninas”, disse. “Continuaremos a trabalhar com este Conselho para falar com uma só voz sobre essa questão.”