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Rússia comemora renúncia de Boris Johnson: ‘Também não gostamos dele’

De acordo com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, o premiê britânico foi o responsável por sua própria queda

Por Matheus Deccache Atualizado em 7 jul 2022, 14h38 - Publicado em 7 jul 2022, 13h51
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  • Políticos russos fizeram fila para comemorar nesta quinta-feira, 7, a queda do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, classificando-o como um “palhaço estúpido” que finalmente recebeu sua justa recompensa por armar a Ucrânia contra a Rússia

    A comemoração recebeu endosso do Kremlin, que disse também não gostar de Johnson. 

    “Ele não gosta de nós, nós também não gostamos dele”, disse o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, pouco antes do anúncio da renúncia. 

    + Boris Johnson renuncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido

    O premiê britânico, que teve uma vitória expressiva em 2019, disse que estava deixando o governo depois de ter perdido o apoio de seus ministros e da maioria de seus legisladores conservadores por uma série de escândalos recentes. 

    Em seu discurso, no qual ele indicou que planejava se manter no cargo até a escolha de seu substituto, Johnson se dirigiu ao povo da Ucrânia, dizendo que o Reino Unido “continuaria a apoiar sua luta pela liberdade pelo tempo que fosse necessário”. 

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    Os russos não pouparam críticas ao primeiro-ministro em sua avaliação. O magnata Oleg Deripaska, da Rússia, disse por meio do Telegram que era um “fim inglório” para um “palhaço estúpido” cuja consciência seria prejudicada por “dezenas de milhares de vidas neste conflito sem sentido na Ucrânia”. 

    Para o presidente da câmara baixa do parlamento russo, Vyacheslav Volodin, Boris Johnson é um dos “principais ideólogos da guerra contra a Rússia até o último ucraniano e que os líderes europeus deveriam pensar para onde essa política leva”.

    Desde antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, o premiê já fazia críticas a Vladimir Putin, dizendo que ele era irracional e que estava colocando o mundo em perigo com suas ambições. Após o início do conflito, Johnson fez do Reino Unido um dos maiores apoiadores ocidentais aos ucranianos, enviando armas e aplicando uma série de sanções das mais severas do mundo moderno contra oligarcas do país. 

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    A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, também se pronunciou ao dizer que a queda do primeiro-ministro expõe um sintoma de declínio do Ocidente, causado por suas próprias crises econômicas, políticas e ideológicas.

    + Boris Johnson: ‘É doloroso não terminar meu mandato’

    “A moral da história é: não tente destruir a Rússia. Ela não pode ser destruída. Você pode quebrar os dentes com isso – e depois engasgar com eles”, afirmou. 

    Apesar de ter sido um dos maiores críticos do Kremlin, Johnson era tratado pelo governo russo como um bobo mal preparado “tentando dar um soco maior do que o Reino Unido poderia aguentar”. 

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    Ainda segundo Zakharova, ele próprio foi responsável por sua queda, “atingido por um boomerang lançado por ele mesmo e entregue pelos seus companheiros de armas”.

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