O governo da Rússia comunicou nesta segunda-feira, 17, que seu presidente, Vladimir Putin, visitará a Coreia do Norte na terça e quarta-feira. O gesto do mandatário russo, que ocorre em um momento que viagens ao exterior são extremamente raras devido à guerra na Ucrânia e a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele, ressalta a parceria crescente de Moscou com Pyongyang, dois párias globais que possuem armas nucleares.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, convidou Putin ao seu país durante sua própria visita à Rússia, em setembro passado. Putin não vai a Pyongyang desde julho de 2000, quando o pai de Kim, Kim Jong Il, ainda era o líder supremo.
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“A convite do Presidente dos Assuntos de Estado da RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte), Kim Jong-un, Vladimir Putin fará uma visita de Estado amigável à República Popular Democrática da Coreia nos dias 18 e 19 de junho”, disse o Kremlin.
Depois da Coreia do Norte, Putin visitará o Vietnã de 19 a 20 de junho, acrescentou o comunicado.
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Aliados explosivos
A Rússia tem se esforçado para alardear o renascimento da sua relação com a Coreia do Norte desde o início da guerra na Ucrânia, que desencadeou a maior crise em mais de 60 anos nas relações entre Moscou e o Ocidente. A iniciativa reaviva uma parceria característica da Guerra Fria.
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Para Putin, que afirma que a Rússia está envolvida numa batalha existencial contra seus inimigos, cortejar Kim significa provocar Washington e os seus aliados asiáticos, o Japão e a Coreia do Sul, ao mesmo tempo que garante o fornecimento de artilharia para a guerra na Ucrânia.
Analistas avaliam que o chefe do Kremlin está à procura de munições, trabalhadores da construção civil e até voluntários para lutarem nas linhas da frente. Em troca, Pyongyang poderia obter produtos russos, bem como ajuda tecnológica para objetivos militares, incluindo o seu programa de mísseis de longo alcance, que pode trazer os Estados Unidos para dentro do alcance de seus ataques.
Os Estados Unidos e os seus aliados acusam a Coreia do Norte de enviar armas à Rússia para ajudá-la a combater o exército da Ucrânia, embora Pyongyang tenha negado repetidamente as alegações, taxando-as de ficção inventada por propagandistas ocidentais.