O presidente russo Vladimir Putin ameaçou nesta quinta-feira, 28, atacar os centros de tomada de decisão na capital da Ucrânia, Kiev, com seu novo míssil balístico hipersônico Oreshnik, em resposta ao país ter lançado mísseis ocidentais contra o território russo.
Apesar de Kiev ser fortemente protegida por defesas aéreas, Putin alegou que o Oreshnik, testado pela primeira vez em um ataque à Ucrânia na semana passada, é impossível de interceptar, embora especialistas ocidentais questionem essa afirmação. Segundo ele, um uso massivo do míssil balístico hipersônico teria uma força de ataque comparável a uma arma nuclear.
“É claro que responderemos aos ataques em andamento ao território russo com mísseis ocidentais de longo alcance, como já foi dito, inclusive possivelmente continuando a testar o Oreshnik em condições de combate, como foi feito em 21 de novembro”, disse Putin durante a cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), no Cazaquistão, acrescentando que Moscou possui “vários” Oreshniks prontos para uso.
Ao longo dos quase três anos de guerra, a Rússia não atingiu ministérios do governo ucraniano, o parlamento ou o gabinete do presidente. No entanto, o presidente russo afirmou que seu Ministério da Defesa está “selecionando alvos para atingir no território ucraniano”, podendo optar por atacar “instalações militares, empresas industriais e de defesa ou centros de tomada de decisão em Kiev”.
Putin ainda se gabou de que a Rússia produz dez vezes mais mísseis do que todos os países da Otan juntos e que Moscou planejava aumentar a produção.
Troca de ataques
A ameaça russa ocorre após a Ucrânia disparar mísseis produzidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra alvos no território russo, incluindo a região de Kursk, na semana passada. Em resposta, a Rússia utilizou o Oreshnik para atacar a cidade ucraniana de Dnipro.
Durante a cúpula no Cazaquistão, Putin afirmou que o uso de armas dos aliados da Ucrânia para atacar seu país significava o “envolvimento direto” do Ocidente em um conflito armado com a Rússia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por sua vez, classificou o uso do míssil balístico russo como “uma escalada clara e severa” na guerra e pediu condenação internacional.