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Presidente do Irã diz que ‘não haverá misericórdia’ para inimigos da nação

Em discurso na Universidade de Teerã, Ebrahim Raisi disse que o país está de braços abertos para receber aqueles que foram enganados pelos protestos

Por Da Redação
Atualizado em 27 dez 2022, 17h37 - Publicado em 27 dez 2022, 17h26
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  • O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, disse nesta terça-feira, 27, que seu governo não terá piedade de seus inimigos, em relação às manifestações que estão chacoalhando o país desde setembro após a morte da jovem Mahsa Amini. 

    “Hipócritas, monarquistas, correntes contrarrevolucionárias e todos aqueles prejudicados pela revolução se uniram aos protestos”, disse durante cerimônia na Universidade de Teerã para prestar homenagem aos soldados mortos durante a guerra entre Irã e Iraque. 

    + Protestos no Irã completam 100 dias sem sinal de enfraquecimento

    De acordo com o líder iraniano, o país não terá misericórdia de “elementos hostis”, mas a nação está aberta para receber e abraçar todos aqueles que foram enganados pelos protestos, definido por ele como um “distúrbio”.

    As autoridades iranianas vêm culpando o Ocidente, em especial Estados Unidos e Israel, por fomentar as manifestações do país, que já são as maiores desde a Revolução Islâmica de 1979. 

    “Em tumultos recentes, a arrogância americana e de seus aliados foi exibida com toda a sua força, mas todas as pressões contra a República Islâmica estavam fadadas ao fracasso. Querem nos enganar, mas nós os conhecemos e também conhecemos nosso país”, afirmou Raisi. 

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    + Irã é expulso de comissão da ONU sobre mulheres por repressão a direitos

    De acordo com o Human Rights Activists in Iran, um grupo que monitora de perto os distúrbios, pelo menos 507 pessoas morreram e mais de 18.500 foram presas desde o início dos protestos, há mais de 100 dias. Esse número, no entanto, é uma estimativa, uma vez que o governo iraniano não divulga números oficiais.

    Para tentar reprimir os atos dos manifestantes, o governo iraniano tem feito uso de torturas e execuções, como o caso de Arshia Emamgholizadeh, de 16 anos, que esteve detido por 10 dias acusado de “jogar turbantes”. De acordo com sua família, ele foi agredido frequentemente durante o período e foi obrigado a tomar pílulas desconhecidas, tratamento que fez com que ele se suicidasse dois dias depois. 

    No mais recente desdobramento, em meados de dezembro, o Irã foi expulso de uma comissão temática das Nações Unidas encarregada de empoderar as mulheres. Durante a sessão, 29 dos 54 países votaram a favor de uma moção apresentada pelos Estados Unidos que afirmava que a adesão do Irã à comissão era uma “mancha feia” para a credibilidade do grupo. 

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    + Teerã diz que prendeu 400 pessoas por protestos, mas dado pode ser maior

    Ativistas e grupos de direitos humanos afirmaram que o papel iraniano na Comissão sobre o Status da Mulher  tem sido uma farsa, à medida que surgem relatos de que autoridades iranianas têm espancado e matado mulheres, se tornando o alvo principal nos protestos e que as forças de segurança tem atirado em seus rostos, seios e órgãos genitais.

     

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