A polícia de Fort Bend, um condado no Texas, Estados Unidos, está à procura de uma caminhonete que tem despertado sentimentos diversos pela região. O veículo porta um adesivo no vidro com ofensas ao presidente Donald Trump e aos seus eleitores em letras garrafais. Em uma postagem no Facebook nesta quarta-feira, o xerife local, Troy Nehls, insinuou tomar medidas legais contra os donos do carro por “conduta de desordem”.
“Recebi várias chamadas referentes à mensagem ofensiva dessa camionete”, escreveu o oficial, cuja postagem – apagada nesta quinta-feira – exibia a foto do carro com o dizer “Fuck Trump”, que dispensa tradução. A mensagem do adesivo estende o xingamento a “você por ter votado nele”.
“Se você conhece ou é o dono do veículo, eu gostaria de discutir com você”, escreveu Nehls em seu texto, no qual informa que “nossa promotora disse que aceitaria acusações por conduta de desordem” pela atitude.
A postagem e a foto viralizaram nas redes sociais, e causaram comoção pelo que críticos à insinuação de Nehls veem como um ataque à liberdade de expressão. Segundo o jornal local The Houston Chronicle, quem dirigia o veículo no momento do registro é Karen Fonseca, de 46 anos. O carro, ela disse à publicação, pertence ao seu marido, e o adesivo foi colado no vidro da camionete assim que Trump foi empossado como presidente dos Estados Unidos em janeiro.
“Trata-se da nossa liberdade de expressão, a qual estamos exercendo”, explicou Karen. Ciente do caso, a União Americana para as Liberdades Civis se manifestou pelo Facebook em defesa dos proprietários do veículo. “Você não pode banir um discurso só porque há um ‘fuck you’ nele”, escreveu o órgão, que se colocou à disposição do “dono da caminhonete”.
“Não ameaçamos ninguém de prisão”, disse Nehls após a postagem polêmica em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, informou a agência Associated Press. “Mas, agora, acho que seria um bom momento para ter um diálogo significativo com essa pessoa para expressar as preocupações referente à linguagem empregada na caminhonete”. “Com a atual mentalidade das pessoas, a última coisa que precisamos é que a paz seja violada”, explicou o xerife.