Navios-patrulha da Líbia interceptaram neste sábado, em águas do Mar Mediterrâneo, 270 pessoas que tentavam chegar à Europa em uma embarcação precária que havia zarpado das praias do país norte-africano — viajavam nela 80 mulheres e 11 crianças. Segundo general de brigada Ayoub Qasim, porta-voz da guarda costeira local, a embarcação foi detectada a cerca de 15 milhas do litoral da cidade da Al Hamis, ao leste da capital Trípoli.
“Quase todos procediam de países da África Subsaariana e do Chifre da África, mas também havia asiáticos. Todos foram levados a uma base naval próxima de Trípoli, de onde serão transferidos para centros de acolhimento”, detalhou Ayoub.
A notícia da interceptação veio à tona horas depois que as próprias autoridades líbias anunciaram que cerca de 100 pessoas tinham desaparecido na noite de quinta-feira (28) na região de Qarabuli, depois que o bote com o qual tentavam alcançar o litoral europeu pegou fogo e naufragou.
De acordo com Ayoub, o naufrágio aconteceu a 25 milhas náuticas da cidade de Qarabuli, local de partida da embarcação, aparentemente por causa de uma falha mecânica no motor. “No bote navegavam umas 120 pessoas. A maioria de nacionalidade subsaariana, mas também marroquinos e iemenitas. Até o momento, foram recuperados os corpos de três bebês”, detalhou.
Ainda segundo o oficial, outras 16 pessoas foram resgatadas com vida, todos homens jovens que foram transferidos para um centro de detenção na região de Al Hamdiya (a 25 km de Trípoli), onde estão sendo tratados. Nesta embarcação havia mais dois bebês e três crianças menores de 12 anos, além de uma dúzia de mulheres.
As praias que se estendem entre Trípoli e a fronteira com a Tunísia se transformaram nos últimos dois anos no principal foco de atuação das máfias que traficam seres humanos, apesar da presença de navios-patrulha europeus.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 171.635 imigrantes irregulares conseguiram chegar à Europa através do Mediterrâneo em 2017, enquanto 3.116 desapareceram no mar.
A OIM, que integra a ONU, afirma que, ao longo deste ano, outras 16.394 pessoas conseguiram atravessar o Mediterrâneo pela chamada “rota central”, que parte da Líbia, e 635 morreram afogadas. Esta semana, navios-patrulha da Líbia interceptaram cerca de 1.200 imigrantes em frente ao litoral oeste do país.
(com EFE)