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Nações bálticas derrubam memoriais soviéticos

Em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo menos 70 monumentos que homenageiam a USSR devem ser destruídas só na Letônia

Por Vitória Barreto 8 jul 2022, 20h21
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  • Uma nova lei na Letônia, desencadeada pela invasão russa na Ucrânia, permite que autoridades locais removam cerca de 300 itens que homenageiam a União Soviética, em espaços públicos. O parlamento já apresentou uma lista de edifícios, placas e memoriais a serem desmantelados ou relocados. O total exato ainda não foi determinado.

    O Monumento da Vitória, perto da capital Riga, está fechado para visitantes e vai ser desmantelado em 15 de novembro. Há controvérsias sobre a existência da coluna de 79 metros que comemora a vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazista no país. 

    Letônia, Estônia e Lituânia – os três Estados bálticos ocupados pela Alemanha nazista e pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial – acreditam que os memoriais não só representam a derrota dos nazistas, mas também como os países sofreram durante a ocupação da União Soviética.

    No entanto, a demolição do Monumento da Vitória ofende a minoria que fala a língua russa no país. Em maio 14 de maio, a polícia em Riga prendeu grupos que cobriram a estátua com flores e protestavam contra a sua demolição.  

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    Por causa da invasão da Rússia na Ucrânia, o espaço para ambiguidade nos espaços públicos tem diminuído. Todos os três países bálticos baniram recentemente alguns meios de comunicação russos em seus países. O futuro do ensino de língua russa também está sujeito a questionamentos no momento. 

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    O presidente da comissão parlamentar que supervisiona a lei sobre os  memoriais, Arvils Ašeradens, vê as forças armadas russas modernas como uma continuação das forças soviéticas. 

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    Ele afirma que mesmo que o respeito pelas vítimas da Segunda Guerra Mundial seja universal, “não queremos ter monumentos de propaganda que glorifiquem o Exército Vermelho”, disse Ašeradens ao jornal Aljazeera. 

    O legislador afirmou que a  invasão tornou as coisas “mais em preto e branco”. “Você está apoiando o regime de Putin ou está contra o regime de Putin”, acrescentou. 

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    Demolir estes objetos pode parecer uma ruptura repentina com a história, mas desde a dissolução da União Soviética (1990-1991) a ação tem sido discutida no Leste Europeu. Há três décadas que vários monumentos leninistas já foram demolidos na Lituânia.

    Em 2016, a Polônia retirou diversos objetos ligados ao exército soviético. Há dois anos, a República Tcheca reescreveu a placa de uma estátua de Praga em homenagem ao marechal russo Ivan Konev e depois a removeu completamente. 

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