México abre processo de R$ 51 bilhões contra fabricantes de armas dos EUA
Para impedir tráfico na fronteira, país aplica medida sem precedentes
O México anunciou nesta quinta-feira (5) que vai processar uma série de grandes fabricantes de armas para tentar conter a violência que assola o país. O objetivo, garantem as autoridades mexicanas, é diminuir o fluxo de armas na fronteira com os Estados Unidos.
As autoridades argumentam que o armamento oriundo dos Estados Unidos acaba caindo nas mãos de traficantes, alimentando uma espiral de violência que consome o país há décadas. Eles pedem 10 bilhões de dólares em danos, cerca de 51 bilhões de reais, e também controles mais rígidos para as vendas.
O governo alega negligência por parte dos fornecedores, já que há falhas comprovadas na distribuição dos equipamentos.
O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, afirmou ainda que várias das empresas processadas fazem vista grossa para o paradeiro dos armamentos, e até dependem das vendas ilegais para impulsionar o lucro.
“As empresas devem interromper imediatamente as práticas negligentes, que causam danos no México e causam mortes no México”, conta o Ministro.
De acordo com estudos apresentados pelo governo, 2,5 milhões de armas foram contrabandeadas ilegalmente para o país nos últimos 10 anos.
Uma oferta recente da empresa de armas Remington de pagar 33 milhões de dólares a algumas famílias para resolver ações judiciais foi utilizada como precedente legal para o processo.
As autoridades mexicanas alegaram que a comercialização de armas de fogo contribuiu para o massacre da escola Sandy Hook, em Connecticut, em 2012, quando 26 pessoas morreram.