Israel atende pedido dos EUA e adia incursão terrestre em Gaza, diz jornal
Proposta americana pede que embate seja evitado até que novos sistemas antimísseis cheguem a Tel Aviv
Israel concordou com um pedido dos Estados Unidos para adiar a incursão terrestre à Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo militante palestino Hamas, até que novos sistemas antimísseis cheguem ao país. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 25, pelo jornal americano The Wall Street Journal (WSJ), que cita fontes de Washington e de Tel Aviv.
Os dispositivos de defesa aérea devem chegar à região até o final desta semana, informou a reportagem. Além de Israel, tropas americanas posicionadas em Iraque, Jordânia, Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita, Síria e Emirados Árabes Unidos também receberão os sistemas de proteção.
A implementação dos artefatos bélicos, antes do início da ofensiva israelense contra o Hamas, é considerada como vital para a proteção das tropas americanas, segundo o WSJ. O Pentágono, então, planeja enviar dois sistemas de defesa antimísseis Iron Dome, um sistema Terminal High Altitude Area Defense e batalhões adicionais de defesa aérea Patriot para o Oriente Médio.
+ Hamas diz ter libertado mais duas reféns
Enquanto a invasão é adiada, o Exército israelense reúne tanques na divisa com Gaza. Especialistas ouvidos pelo jornal americano The New York Times afirmam que os confrontos na região poderão ser os mais intensos desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Até o momento, mais de 5 mil pessoas, entre israelenses e palestinos, já foram mortos em razão dos ataques violentos, iniciados em 7 de outubro.
O pedido de Washington também teria levado em consideração o envio de ajuda internacional a Gaza, com os primeiros caminhões chegando à região apenas no último sábado. Em 9 de novembro, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Galant, decretou o “cerco total” ao enclave palestino, cortando a provisão de energia, combustíveis e água ao local. O esforço, portanto, teria como objetivo fornecer suprimentos para amenizar a crise humanitária.
Além disso, o governo de Joe Biden teria como principal foco ganhar tempo para negociar a libertação de reféns pelo Hamas – Israel alega que o grupo mantém mais de 200 cativos. Na última semana, duas americanas, mãe e filha, e duas israelenses, de 79 e 85 anos. A soltura inesperada teria sido motivada por “razões humanitárias”, segundo o porta-voz das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, com mediação do Qatar.