Uma troca de tiros na província de Idlib, na Síria, deixou oito soldados turcos e treze militares sírios mortos nesta segunda-feira, 3. A região é o último reduto da resistência contra o regime do ditador Bashar Assad, e a Turquia, apoiadora dos grupos rebeldes, passou a usar força militar contra o Exército da Síria desde outubro.
A Turquia enviou soldados pela sua fronteira sul para Idlib durante a noite, com intuito de proteger seu território e conter os ataques sírios contra os rebeldes. A Síria tem o apoio aéreo russo. O Ministério da Defesa turco disse que suas forças foram enviadas a Idlib como reforço e atacadas mesmo com a notificação prévia de suas coordenadas às autoridades locais.
Também nesta segunda-feira, ataques aéreos mataram nove civis – quatro crianças, três mulheres e dois homens – que estavam fugindo da violência em um micro-ônibus na zona rural de Aleppo, segundo o jornal britânico The Guardian.
Aproximadamente 390.000 pessoas, 80% das quais são mulheres e crianças, deixaram suas casas desde 1º de dezembro, segundo as Nações Unidas, e outras 400.000 foram levadas para a fronteira turca desde abril. A Turquia, que abriga cerca de 4 milhões de refugiados sírios, não está disposta a continuar de fronteiras abertas.
O presidente turco, Recep Erdogan, disse que a operação em Idlib continuaria e ameaçou apoiadores de Assad em Moscou a se comprometerem com ele.
“Aqueles que testarem o propósito da Turquia em Idlib, na Síria, com ataques traiçoeiros perceberão seu erro”, disse o líder turco nesta segunda-feira, antes de partir para a Ucrânia para um encontro com seu homólogo, Vladimir Zelensky.
Idlib é, em tese, protegida por um acordo para inverter a escalada da violência na região, mediado por Moscou e Ancara em setembro de 2018. Mas embates pioraram desde que o grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço sírio da Al Qaeda, dominou a área no ano passado.