Avatar do usuário logado
Usuário
OLÁ, Usuário
Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Prorrogamos a Black: VEJA com preço absurdo

Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra humanidade

Segundo tribunal penal internacional, Sheikh Hasina conduziu uma repressão violenta contra levante estudantil no ano passado, com mais de 1000 mortos

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 nov 2025, 09h03 •

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada à morte nesta segunda-feira, 17, por crimes contra a humanidade devido à repressão violenta contra um levante estudantil no ano passado, com mais de 1000 mortos. Hasina, que governava o país desde 2009 e havia conquistado o quarto mandato consecutivo em janeiro de 2024 em eleição boicotada pela oposição, enfrentava uma onda de protestos, hoje conhecidos popularmente como “Revolução de Julho”, quando renunciou e fugiu para a Índia em agosto do ano passado.

Um painel de três juízes do tribunal penal internacional de Bangladesh condenou Hasina por uma série de crimes, incluindo incitação e omissão para impedir atrocidades. Ao ler o veredito, o juiz Golam Mortuza Mozumder afirmou que a “primeira-ministra acusada cometeu crimes contra a humanidade ao ordenar o uso de drones, helicópteros e armas letais” contra civis.

O caso citou gravações de áudio de ligações telefônicas da premiê ao seu gabinete com instruções violentas para os protestos. A sentença, contudo, pode ser contestada no Supremo Tribunal. Mas o filho e conselheiro de Hasina, Sajeeb Wazed, disse à agência de notícias Reuters na véspera que não a antiga líder bangladense não recorreria a menos que um governo democraticamente eleito fosse empossado e aceitasse a participação da Liga Awami, partido de Hasina que está proibido de exercer atividades políticas.

Às vésperas da decisão, Daca estava em estado de alerta máximo e teve a segurança reforçada. Nos dias que antecederam o veredicto, a capital registrou aumento acentuado da violência política, incluindo dezenas de bombas caseiras detonadas por toda a cidade. A polícia da local, então, emitiu uma ordem de “atirar para matar” para qualquer pessoa flagrada com explosivos ou incendiando veículos.

+ Nobel da Paz, Muhammad Yunus toma posse como líder interino de Bangladesh

Continua após a publicidade

Relembre o caso

Nos 15 anos de Hasina no poder, foram documentados casos de corrupção, tortura e desaparecimentos forçados por organizações de direitos humanos e pelas Nações Unidas. As manifestações explodiram em julho do ano passado, após o movimento estudantil denunciar as chamadas cotas de admissão para cargos públicos – consideradas “arbitrárias” pelo grupo. Os protestos se transformaram em um levante mais amplo contra o governo, pedindo a renúncia de Hasina, e passaram a ser duramente reprimidos.

Pressionada a deixar o cargo, a então primeira-ministra liderou uma repressão implacável através do Estado, com uso de munição real contra civis. Segundo o escritório de direitos humanos da ONU, cerca de 1.400 pessoas foram assassinadas durante a revolta, na pior onda de violência política em Bangladesh desde a guerra de independência de 1971.

Ela, por sua vez, alegou inocência e disse que a corte era uma “farsa com motivações políticas”. Em comunicado após divulgação da sentença, Hasina disse que não teve “oportunidade justa” para se defender no tribunal e que agiu de “boa-fé” enquanto tentava controlar o caos no país, acrescentando que o veredito foi “proferido por um tribunal fraudulento, estabelecido e presidido por um governo não eleito e sem mandato democrático”. A Índia, onde a ex-premiê ainda vive, ignora os pedidos de extradição.

Continua após a publicidade

A fuga de Hasina — descrita pela acusação como “a mente por trás, a regente e a comandante suprema” da repressão — deixou um vácuo de poder. Ainda em agosto, o vencedor do Nobel da Paz, Muhammad Yunus, assumiu o governo como líder interino de Bangladesh. A posse foi iniciada com um minuto de silêncio pelos centenas de mortos nos protestos, que derrubaram o regime autocrático. As primeiras eleições desde a queda da premiê estão previstas para o início de fevereiro.

 

 

 

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.