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Ex-número 3 do Vaticano apela em tribunal contra pena por pedofilia

O cardeal australiano George Pell foi condenado a seis anos de prisão por crimes sexuais cometidos nos anos 1990

Por EFE 5 jun 2019, 03h19
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  • O cardeal australiano George Pell, ex-número 3 do Vaticano, compareceu nesta quarta-feira 5 diante de um tribunal para apelar da sentença de seis anos de prisão que lhe foi imposta em março por abusar sexualmente de duas crianças há mais de 20 anos.

    “O cardeal Pell foi condenado por cinco crimes sexuais, e as audiências desta quarta e de quinta determinarão se essas sentenças devem ser revertidas”, disse a presidente da Suprema Corte do estado de Victoria, Anne Ferguson, que lidera um grupo de três juízes.

    O religioso foi condenado por abusar de dois meninos do coral da catedral de St. Patrick’s, em Melbourne, em dois incidentes, ocorridos em 1996 e 1997, que envolveram a penetração oral do litigante na presença de uma segunda criança que nunca denunciou os fatos e morreu de overdose de drogas em 2014.

    O cardeal australiano, que deve passar pelo menos 3 anos e 8 meses de prisão pelos cinco crimes, compareceu ao tribunal, em sua primeira aparição pública após sua prisão.

    O advogado de Pell, Bret Walker, alegou que a sentença não se deu “além de toda dúvida razoável”, um dos três principais argumentos do recurso, de acordo com as imagens transmitidas pelo tribunal em que apenas os três juízes aparecem.

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    A defesa do religioso, de 77 anos, observou que durante o julgamento foram fornecidas provas que mostraram que a agressão “não só não aconteceu, mas não poderia ter acontecido” e que o caso foi apoiado “completamente na evidência não comprovada do demandante”.

    “As provas constituem um catálogo de pelo menos 13 obstáculos sólidos no caminho para a condenação, independentemente da opinião tomada do depoimento do queixoso, o júri não podia dar ao luxo de aceitar sua palavra além da dúvida razoável”, indicou a defesa, na sua alegação escrita.

    Os outros dois argumentos do recurso referem-se à recusa em submeter um vídeo de 19 minutos e ao erro potencial do juiz que condenou Pell sem permitir que ele se declarasse culpado ou inocente ao júri.

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    Em sua resposta por escrito, a Promotoria afirmou que das 22 pessoas convocadas para o julgamento em que Pell foi condenado, “nenhuma dessas testemunhas estava em posição de dizer que o ato criminoso ‘não ocorreu'”.

    “Era possível que os dois meninos tivessem sido agredidos sexualmente na sacristia após a missa sem que Pell seja detectado”, acrescentou a Promotoria, nesse texto apresentado no tribunal.

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