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EUA: assassinatos em massa com raízes no extremismo dispararam em 10 anos

A última década viu mais incidentes do tipo do que em qualquer período desde 1970; maioria dos registros em 2022 se relacionam à supremacia branca

Por Da Redação
23 fev 2023, 09h44
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  • O número de assassinatos em massa nos Estados Unidos ligados ao extremismo na última década foi pelo menos três vezes maior do que o total de qualquer outro período de 10 anos desde 1970, de acordo com um relatório da Liga Antidifamação publicado nesta quinta-feira, 23.

    O relatório também revelou que todos os assassinatos extremistas identificados em 2022 estavam ligados ao espectro político da direita, sendo a maioria relacionados à supremacia branca. Os incidentes incluem um tiroteio em massa racista em um supermercado no estado de Nova York, que deixou 10 pessoas negras mortas, bem como outro um tiroteio em massa que matou cinco pessoas em uma boate LGBT no Colorado.

    + Quarto massacre na Califórnia: mais um tiroteio deixa ao menos três mortos

    “Não é exagero dizer que vivemos em uma era de assassinatos em massa extremistas”, diz o relatório do grupo Centro de Extremismo da Liga Antidifamação, uma organização não governamental (ONG) internacional que combate o antissemitismo e o racismo.

    Dos anos 1970 aos anos 2000, entre dois e sete assassinatos em massa com raízes no extremismo ocorreram a cada década, mas nos anos 2010 esse número disparou para 21, segundo o relatório.

    Apenas em 2021 e 2022, já ocorreram cinco incidentes desse tipo – equivalente ao total registrado durante a primeira década do novo milênio.

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    + Por que os EUA têm tantos tiroteios em massa?

    O número de vítimas também aumentou. De acordo com o relatório, entre 2010 e 2020, 164 pessoas morreram em assassinatos em massa relacionados à ideologia extremista. Isso é muito mais do que em qualquer outra década – exceto nos anos 1990, quando o bombardeio de um prédio federal em Oklahoma City, capital do estado de Oklahoma, matou 168 pessoas.

    Segundo a definição do levantamento, assassinatos extremistas são aqueles cometidos por pessoas ligadas a movimentos e ideologias radicais.

    Vários fatores combinados aumentaram as taxas de incidentes do tipo entre 2010 e 2020. Houve tiroteios inspirados pela ascensão do grupo Estado Islâmico, bem como um punhado de incidentes visando policiais, após a morte de civis. A maioria está ligada à crescente promoção da violência por supremacistas brancos, disse Mark Pitcavage, pesquisador sênior do Centro de Extremismo.

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    + Em menos de 24 horas, EUA registra dois tiroteios com pelo menos 6 mortes

    O centro rastreia assassinatos ligados a várias correntes de extremismo nos Estados Unidos e os compila em um relatório anual. No último levantamento, foram registrados 25 mortes relacionadas ao extremismo em 2022 – uma queda em relação às 33 do ano anterior.

    Além disso, 93% dos assassinatos do tipo em 2022 foram cometidos com armas de fogo. O relatório também observou que nenhum policial foi morto por extremistas no ano passado, pela primeira vez desde 2011.

    + Estados Unidos: as milícias armadas ganham as ruas nas eleições

    Com o declínio do grupo Estado Islâmico, a principal ameaça no futuro próximo provavelmente serão os atiradores supremacistas brancos, segundo o relatório. O aumento no número de tentativas de assassinato em massa, enquanto isso, é uma das tendências mais alarmantes dos últimos anos, disse o vice-presidente do Centro de Extremismo, Oren Segal.

    “Não podemos ficar de braços cruzados e aceitar isso como a nova norma”, disse Segal.

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